Especialistas cobram maior participação financeira da União e carga horária maior no Novo Ensino Médio — Rádio Senado
Educação

Especialistas cobram maior participação financeira da União e carga horária maior no Novo Ensino Médio

A Subcomissão que analisa o Novo Ensino Médio promoveu audiência pública na qual especialistas apontaram pontos importantes de manutenção do Novo Ensino Médio (NEM) como a ampliação de carga horária. Mas professores e pesquisadores divergem em relação aos itinerários formativos e cobram maior participação financeira da União para a implementação do NEM.

01/06/2023, 17h05 - ATUALIZADO EM 01/06/2023, 17h06
Duração de áudio: 03:30
seed.se.gov.br

Transcrição
A SUBCOMISSÃO QUE ANALISA O NOVO ENSINO MÉDIO OUVIU PROFESSORES E PESQUISADORES QUE APONTARAM A NECESSIDADE DA UNIÃO PARTICIPAR FINANCEIRAMENTE E A AMPLIAÇÃO DA CARGA HORÁRIA. OS ESPECIALISTAS AFIRMARAM QUE APENAS DEZESSEIS POR CENTO DOS ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO CONSEGUEM VAGAS NO ENSINO SUPERIOR. REPORTAGEM DE RODRIGO RESENDE. Para o professor da Universidade Federal da Bahia, Ivan Cláudio, integrante do Conselho Nacional de Educação, a discussão sobre o Novo Ensino Médio deve partir de alguns parâmetros básicos, como a expansão da carga horária. Ivan Cláudio - Onde que a gente encontra um país em desenvolvimento ou desenvolvido que tem quatro horas de educação e essas quatro horas ... eu dei aula! Nunca são quatro horas porque tem entrada, tem sinal, tem intervalo, tem não sei o que. São no máximo três horas. Então assim, vamos falar sério, gente. Não funciona. José Ricardo Diniz, representante da Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino, defendeu os itinerários formativos. José Ricardo - Lembrando que a questão dos itinerários formativos que tem aspectos de piada como também a várias piadas com relação a modelos anteriores, mas são sempre as mesmas exceções. É a do brigadeiro e vários outros que vão surgindo. Mas isso tem muito mais respeito à aplicação A execução do modelo. Então a concepção do modelo está sintonizada com o que ocorre no mundo. A senadora Professora Dorinha Seabra, do União do Tocantins, afirmou que o debate deve passar pela infraestrutura das escolas e as diferenças regionais. Senadora Professora Dorinha - Eu acho que, e isso é o que nós temos que enfrentar, é que não é só uma questão de reforma curricular, de organização disso aí. A estrutura curricular, a grade, cada estado poderia ter trabalhado ou trabalhar dentro da sua autonomia, essa estrutura. A gente está indo, precisa ir além disso. Que escolas são essas do Ensino médio? Escolas não tem biblioteca, não tem laboratório, que não tem banheiro, que não tem nenhuma estrutura de funcionamento. Fernanda Sobral, vice-presidente da Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência, lamentou a atual situação dos professores do ensino médio. Fernanda Sobral - Na prática, professores de química, física, geografia e história com carga horária reduzida ... estão sendo obrigados a completar essa carga horária com itinerários ou com disciplinas eletivas que não tem nada a ver com a sua formação. Mônica Ribeiro, Coordenadora do Observatório do Ensino Médio, destacou que há um subfinanciamento no setor. Mônica Ribeiro - Olha só né? Vira e mexe a gente ouve alguém dizer assim: nós temos que olhar pro ensino médio o modelo da Alemanha. Porque lá se profissionaliza. Alemanha investe no mínimo trinta e dois mil reais ano por aluno. O custo aluno do ensino médio no Brasil é de oito mil reais hoje, ou seja, como é que a gente quer copiar modelos estrangeiros com subfinanciamento? Gabriel Barreto, diretor de Políticas Públicas do Movimento Todos pela Educação, afirmou que não deve existir uma revogação completa, mas ajustes do Novo Ensino Médio. Gabriel Barreto - Mas em âmbito geral são duas grandes mensagens. Uma é preciso fazer ajustes nas normativas do novo ensino médio, mas preservando alguns elementos da sua essência que a gente acha muito acha muito importante. Mas mais do que isso não adianta a gente achar que vai mudar o ensino médio brasileiro apenas a partir de uma reforma curricular. Existem vários outros elementos que estão em discussão, mas ainda não no âmbito dessa discussão atual sobre o novo ensino médio que precisam ser avançados. O Novo Ensino Médio está em consulta pública e já recebeu 5.700 sugestões. Para participar da consulta acesse gov.br/participamaisbrasil. Da Rádio Senado, Rodrigo Resende.

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