CRE debate um dos piores desastres socio-ambientais do mundo ocorrido em área urbana do Brasil — Rádio Senado
Audiência pública

CRE debate um dos piores desastres socio-ambientais do mundo ocorrido em área urbana do Brasil

A Comissão de Relações Exteriores do Senado (CRE) promoveu uma audiência pública para ouvir várias partes envolvidas no afundamento de bairros em Maceió, Alagoas, em função da extração de sal-gema. O presidente da CRE, senador Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, lembrou que em breve haverá alterações acionárias na Braskem, que é uma empresa global no setor de petroquímica. Ele pediu uma indenização justa para as vítimas do desastre ambiental. 

09/05/2023, 09h28 - ATUALIZADO EM 09/05/2023, 09h29
Duração de áudio: 03:02
Roque de Sá/Agência Senado

Transcrição
A COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES DO SENADO DEBATEU UM DOS PIORES DESASTRES SOCIO-AMBIENTAIS DO MUNDO EM UMA ÁREA URBANA. SEGUNDO LAUDOS TÉCNICOS, ELE FOI PROVOCADO PELA MINERAÇÃO DE SAL-GEMA EM MACEIÓ, CAPITAL DE ALAGOAS. REPÓRTER FLORIANO FILHO. O sal-gema é uma matéria-prima com vários usos industriais. Entra, por exemplo, na fabricação de soda cáustica e bicarbonato de sódio. Também é usado em produtos farmacêuticos; nas indústrias de papel, celulose e vidro; e em produtos de higiene, como sabão, detergente e pasta de dente. Os dois maiores produtores mundiais são China e Estados Unidos. A extração de sal-gema em Maceió começou na década de 1970. Em 2018 houve um tremor de terra em alguns bairros de Maceió, provocando rachaduras nos imóveis e nas ruas, afundamentos de solo e crateras. O acidente foi considerado o maior já ocorrido em uma área urbana. Segundo laudos do Serviço Geológico do Brasil a causa foi a mineração realizada pela empresa Braskem, que é controlada parcialmente pela Petrobrás e pela Odebrecht. Além dos perdas materiais, as vítimas denunciam prejuízos para a saúde e para o cotidiano das famílias. O caso ainda está sendo julgado no Brasil e em uma corte internacional na Holanda. A Comissão de Relações Exteriores do Senado promoveu uma audiência pública para ouvir várias partes envolvidas no desastre. Ricardo Antunes Melro, da Defensoria Pública de Alagoas, disse que as indenizações aos moradores das comunidades locais são insuficientes e desproporcionais em relação aos lucros distribuídos pela empresa aos acionistas. Enquanto a Braskem negociava a bagatela de 25 mil reais para pagar a população do Flechal sem qualquer contato com essa população, ela distribuía no mesmo período a bagatela de 7 vírgula um bilhões de reais.  O senador Astronauta Marcos Pontes, do PL de São Paulo, cobrou maior responsabilidade social das empresas mineradoras. A gente precisa pensar com seriedade no que as empresas precisam fazer para mitigar ou evitar riscos em operações, principalmente envolvendo áreas, envolvendo a parte ambiental, envolvendo a vida de tanta gente. O presidente da Comissão de Relações Exteriores, senador Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, lembrou que em breve haverá alterações acionárias na Braskem, que é uma empresa global no setor de petroquímica. Ele pediu uma indenização justa para as vítimas do desastre ambiental.  Tratativas públicas ou escamoteadas não irão prosperar até que os prejuízos causados sejam honrados pela Braskem, pelos sócios atuais ou pelos sócios futuros. O senador Renan Calheiros anunciou que a Comissão ainda irá realizar outros debates sobre o desastre. Da Rádio Senado, Floriano Filho

Ao vivo
00:0000:00