Ministro da Defesa pede mais investimentos nas Forças Armadas — Rádio Senado
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Ministro da Defesa pede mais investimentos nas Forças Armadas

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho, afirmou em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado (CRE) que os programas nuclear, cibernético e espacial terão prioridade na pasta. Ele anunciou o envio de uma proposta para aumentar o orçamento das Forças Armadas, vinculando os investimentos ao crescimento econômico. Participaram ainda da audiência na CRE os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.

04/05/2023, 16h26 - ATUALIZADO EM 04/05/2023, 16h26
Duração de áudio: 03:54
Foto: Pedro França/Agência Senado

Transcrição
O MINISTRO DA DEFESA, JOSÉ MÚCIO MONTEIRO FILHO, PEDIU AO CONGRESSO NACIONAL MAIS RECURSOS PARA AS FORÇAS ARMADAS, E DISSE QUE SÃO PRIORITÁRIOS OS PROGRAMAS NUCLEAR, CIBERNÉTICO E ESPACIAL. ELE PARTICIPOU DE AUDIÊNCIA PUBLICA NO SENADO COM OS COMANDANTES DO EXÉRCITO, MARINHA E AERONÁUTICA. REPORTAGEM DE IARA FARIAS BORGES. Ao apresentar na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional os projetos e aspectos relevantes para a Defesa do país, o ministro José Múcio Monteiro Filho disse que será dada prioridade aos programas nuclear, cibernético e espacial. E anunciou que o governo vai enviar ao Congresso proposta para aumentar o orçamento das Forças Armadas, atrelando-o ao PIB, Produto Interno Bruto. O recomendado pela Otan, Organização do Tratado do Atlântico Norte, é 2% e a intenção é chegar neste percentual de forma gradual. José Múcio defendeu que essa seja uma política de Estado.  "Nós viemos aqui mostrar o que somos, mas viemos também pedir aos senhores que nos apontem um caminho para que nós possamos vincular os investimentos ao nosso orçamento. Hoje nós investimos 1,1%, mas vamos apresentar nestes próximos 15 dias uma proposta para um aumento a 1,4%, depois a 1,6%, 1,8%. Não só para o combate e para defender o país, mas para o desenvolvimento tecnológico, o desenvolvimento social, inclusive, com a geração de emprego que nós acreditamos que podemos fazer." Ao explicar que as três Forças atuam conjuntamente para a defesa cibernética, o comandante do Exército, general Tomás Miguel Paiva, ressaltou a necessidade de mais investimentos na área pela crescente demanda.  “Acho que é desnecessário até ficar ressaltando aqui a importância da defesa cibernética num país como o nosso. Só para terem uma ideia, o Brasil sofreu, só no ano passado, 103,16 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos. Investimentos em 2023: Estados Unidos, 11,2 bilhões e o Brasil 16,8 milhões. Então é uma área que vamos ter necessidade de mais investimento.” O senador Esperidião Amin, do PP catarinense, disse confiar que a comissão ajude com as reivindicações feitas, em especial para a área cibernética. "Considero crucial nós percebermos no orçamento que defesa cibernética é uma necessidade transversal à nossa vida, não só às Forças armadas. E os números dos nosso investimentos são próximos do ridículo, considerando os ataques. Precisamos de muitos recursos, mas a área cibernética não pode continuar sendo negligenciada.” Ao lembrar que a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional vai avaliar em 2023 a política de defesa cibernética do governo, o presidente do colegiado, senador Renan Calheiros, do MDB alagoano, questionou sobre o uso político das Forças Armadas.  "Diz respeito ao uso político de nossas Forças Armadas. Como Vossa Excelência percebe esta questão para garantir que nossos militares não se conduzam sobre vieses políticos e ideológicos, uma vez que, como todos sabem, Marinha, Exército e Aeronáutica são instituições de Estado, permanentes." O ministro José Múcio disse que será enviado projeto ao Congresso para evitar que militares sejam políticos. E elogiou a atuação das Forças Armadas. "Tem sido extremamente louvável a atuação das Forças. Nesses últimos episódios que nós vivenciamos não houve uma manifestação sequer de ninguém das Forças Armadas. As Forças Armadas desempenham hoje um papel que a sociedade brasileira deseja. Em momento nenhum as Forças Armadas têm participado de política, em momento nenhum." Também participaram da audiência os comandantes da Marinha, almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen, e da Força Aérea, o tenente-brigadeiro do ar Marcelo Damasceno. Da Rádio Senado, Iara Farias Borges.

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