Comissão de Meio Ambiente discute preservação do bioma Caatinga
A Comissão de Meio Ambiente realizou audiência pública para discutir as riquezas da caatinga. Os participantes destacaram o potencial de produção de bioinsumos para uso agroindustrial. A caatinga ocupa 11% do território nacional, 844 mil quilômetros quadrados, distribuídos por dez estados brasileiros. Com grande biodiversidade e uma vocação para a produção de alimentos, a caatinga deve ser vista como um oásis, afirmou a senadora Teresa Leitão (PT-PE), autora do pedido de audiência.
Transcrição
A COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE DISCUTIU AS RIQUEZAS DO BIOMA CAATINGA EM AUDIÊNCIA PÚBLICA.
NA PRÓXIMA SEXTA-FEIRA, 28 DE ABRIL, SERÁ CELEBRADO O DIA DA CAATINGA. REPÓRTER CESAR MENDES.
Único bioma exclusivamente brasileiro, a caatinga ocupa 11 por cento do território nacional. 844 mil quilômetros quadrados, distribuídos por dez estados brasileiros, nove deles na região Nordeste. O clima semi-árido, característico do bioma, apresenta temperaturas elevadas e chuvas irregulares e concentradas. Com isso, a ocorrência de longas estiagens é uma marca registrada da caatinga. Mesmo assim, o bioma apresenta uma impressionante biodiversidade, permite uma diversificada produção de alimentos e abriga mais de 27 milhões de habitantes. Características destacadas pela senadora Teresa Leitão, do PT de Pernambuco, autora do pedido de audiência pública:
'' Há uma riqueza infinita nesse bioma, pode-se dizer que o Brasil possui um verdadeiro oásis chamado Caatinga''.
Alexandre Pires, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, apresentou números dessa riqueza biológica.
'' É a maior floresta tropical seca da América do Sul. Possui uma diversidade substancial de plantas, cerca de cento e vinte e três famílias botânicas. A gente vê um bioma com aproximadamente cento e setenta e oito espécies de mamíferos, quinhentos e noventa e uma espécies de aves, cento e setenta e sete de répteis, setenta e nove espécies de anfíbios, duzentos e quarenta e uma espécies de peixes e duzentos e vinte e uma de abelhas''.
Márcia Vanusa da Silva, professora da Universidade Federal de Pernambuco, disse que vinte e seis por cento da flora da caatinga é exclusiva do bioma, mas quarenta e seis por cento dessas espécies vegetais endêmicas já foram perdidas.
'' Nós criamos em 2013 o Núcleo de Bioprospecção e Concervação da Caatinga, uma união de várias instituições e universidades do Nordeste principalmente, mas também fora dela, com a perspectiva de conectar pessoas e criar possibilidades, principalmente validadar o conhecimento tradicional dos povos do semi-árido, tão importante pra essa conservação do que ainda nos resta''.
Mônica Tejo Cavalcanti, Diretora do Instituto Nacional do Semi-árido, ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, pediu mais discussão sobre os impactos ambientais para a caatinga dos novos empreendimentos para a geração de energia.
'' Relacionada aos impactos ambientais que vem causando a instalação de algumas usinas solares, de alguns parques eólicos na nossa região. E a gente precisa trazer isso pra pauta, senadora Teresa. Pra que a gente possa além de potencializar o desenvolvimento regional, mas também fazer com que ações que impeçam esse impacto né, também sejam realizadas em paralelo''.
Ao final, a Senadora Teresa Leitão destacou a importância da pesquisa, do compartilhamento do conhecimento e da formação, nas escolas e universidades, das pessoas que vivem no bioma caatinga. Da Rádio Senado, Cesar Mendes.