Ministra da Igualdade Racial defende ações transversais para enfrentar o racismo — Rádio Senado
Audiência Pública

Ministra da Igualdade Racial defende ações transversais para enfrentar o racismo

Em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, defendeu ações transversais entre ministérios e governos federal, estaduais e municipais para combater o racismo. O presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS), garantiu que o colegiado atuará em parceria com o ministério.

12/04/2023, 13h30 - ATUALIZADO EM 12/04/2023, 13h32
Duração de áudio: 03:47
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
A MINISTRA DA IGUALDADE RACIAL, ANIELLE FRANCO, DEFENDEU AÇÕES TRANSVERSAIS PARA ACABAR COM O PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO. ELA FALOU À COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS SOBRE AS AÇÕES DA PASTA. NA REPORTAGEM DE IARA FARIAS BORGES. Ao reforçar a necessidade da criação do Ministério da Igualdade Racial, Anielle Franco defendeu ações transversais e parcerias entre os governos federal, estaduais e municipais para combater o racismo e promover a igualdade racial. Ao citar que 56% dos brasileiros se declaram pretos ou pardos, a ministra Anielle ressaltou que os negros representam 77,6% das vítimas de homicidio doloso; 67,6% das de latrocínio; 84,1% dos mortos pela polícias; e 67,7% dos policiais assassinados. A ministra ressaltou ainda que dos cerca de 33 milhões de pessoas que passam fome no Brasil, 70% são negras. Entre as ações do ministério que devem ser integradas, Anielle Franco destacou as relacionadas à educação, a populações quilombolas e ciganas, à regularização fundiária e à comunicação. A busca pelo bem viver coletivo perpassa pelo fortalecimento, sim, de pessoas negras que historicamente neste país são desumanizadas e não é à toa que a gente pensa sobre isso. Quando eu me olho no espelho, eu vejo muita gente. E se olhar no espelho e ver muita gente requer muita responsabilidade e, além de tudo, muita sobriedade do que está sendo feito, está sendo construído. Eu acredito nesta luta coletiva com muito respeito e com muita empatia do trabalho uns dos outros. O senador Flávio Arns, do PSB paranaense, sugeriu o estabelecimento de metas a serem cumpridas pelos diversos ministérios e órgãos. É uma articulação forte que o ministério tem que fazer com todos os demais ministérios. Porque, na verdade, igualdade racial está na educação, na cultura, na assistência, na saúde no trabalho, na infraestrutura. De fato, a gente tem que ter metas para cobrar dos ministérios para que não fique só no papel.” A senadora Damares Alves, do Republicanos do Distrito Federal, criticou relatos de que, quando ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, as políticas antirracistas não avançaram. "Eu preciso fazer a defesa da minha gestão naquele ministério com relação a este tema. Nós fizemos com muito zelo o que estava possível ser feito. O tema foi levado com seriedade, com zelo e com muito empenho." Ao lembrar o assassinato da vereadora Marielle Franco em 2018, o senador Randolfe Rodrigues, da Rede do Amapá, disse que a presença de Anielle, irmã de Marielle, à frente do Ministério da Igualdade Racial é simbólica. "75% dos pobres desse país são pretos. E 75% desses também são vítimas de homicídios, como a tua irmã, que foi uma dessas vítimas. Então, por isso que tem uma simbologia central a tua presença nesta Pasta. Porque é o retrato do que a tua identidade tem sofrido." A Comissão de Direitos Humanos vai trabalhar em parceria com o Ministério da Igualdade Racial, disse o presidente do colegiado, senador Paulo Paim, do PT gaúcho. Esta comissão vai estar sempre ao lado de todos aqueles que lutam por um mundo melhor para todos e têm aquilo que eu chamo um olhar para as políticas humanitárias. Paulo Paim ainda informou que o Senado aprovou 20 projetos de fortalecimento da igualdade racial. E apelou aos deputados pela votação da proposta sobre abordagem policial. Da Rádio Senado, Iara Farias Borges.

Ao vivo
00:0000:00