Senadores repudiam caso de trabalho escravo e xenofobia no Rio Grande do Sul — Rádio Senado
Direitos Humanos

Senadores repudiam caso de trabalho escravo e xenofobia no Rio Grande do Sul

Os senadores prestaram solidariedade aos 207 trabalhadores resgatados em situação de trabalho análogo à escravidão em vinícolas no estado do Rio Grande do Sul na semana passada. Os parlamentares também repudiaram as declarações do vereador Sandro Fantinel, de Caxias do Sul, consideradas xenofóbicas pelo senador Otto Alencar (PSD- BA) e por outros senadores.

01/03/2023, 16h39 - ATUALIZADO EM 01/03/2023, 16h39
Duração de áudio: 02:36
Pedro França

Transcrição
SENADORES PRESTARAM SOLIDARIEDADE AOS TRABALHADORES RESGATADOS EM TRABALHO DEGRADANTE EM VINÍCOLAS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. OS PARLAMENTARES TAMBÉM REPUDIARAM O CASO E AS DECLARAÇÕES DE UM VEREADOR DO ESTADO GAÚCHO CONSIDERADAS XENOFÓBICAS. REPÓRTER BIANCA MINGOTE.  Os senadores prestaram solidariedade aos 207 trabalhadores que foram resgatados em situação de trabalho análogo à escravidão em vinícolas no estado do Rio Grande do Sul, na úlima semana de fevereiro. A maioria é negra e originária do estado da Bahia. Por conta disso, um vereador gaúcho, Sandro Fantinel, pediu que empresas gaúchas não contratassem mais o povo baiano. O senador Otto Alencar, do PSD da Bahia, considerou as declarações xenofóbicas: O Vereador do Município lá de Caxias do Sul se referiu a eles como pessoas do Nordeste, baianos que se portavam de forma irregular, ou seja: a vítima sendo tratada exatamente ao contrário do que deveria ser considerado. Eu quero fazer esse registro de um caso xenofóbico típico de quem quer fazer um apartheid no Brasil entre sulistas, nordestinos e outros brasileiros, que são todos iguais. Também o senador Omar Aziz, do PSD do Amazonas, lembrou que a Bahia é o berço do Brasil. Omar avaliou ainda que os posicionamentos separatistas entre brasileiros de diferentes regiões foram potencializados nos últimos anos: Esses fatos isolados, infelizmente, existem. Existem, sim, separatistas. Existe, sim, esse tipo de pensamento, infelizmente. E muitos deles, hoje em dia, nos últimos anos, potencializados por quem presidia este País, fazendo uma divisão clara, com posicionamentos da mais alta autoridade brasileira em relação às brincadeiras com os nordestinos, com pessoas de cor. E isso foi potencializado. Quando se potencializa e quando uma pessoa vê a mais alta autoridade do país falando isso, é lógico que o pessoal também se sente no direito de achar que pode fazer esse tipo de coisa. Nossa solidariedade total ao povo baiano e, tenha a certeza, o repúdio a um fato isolado, de uma pessoa que mora no Rio Grande do Sul. O líder do governo no Senado, Jacques Wagner, do PT da Bahia, classificou o episódio como deplorável. E disse que o governo da Bahia vai acionar o Ministério Público contra as declarações do vereador. Nascido na Bahia, o senador Magno Malta, do PL do Espírito Santo, também rejeitou a atitude do vereador, Sandro Fantinel, que foi expulso do partido Patriota. Sob a supervisão de Maurício de Santi, da Rádio Senado, Bianca Mingote.

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