Líder do PSB questiona Selic alta para controle da inflação — Rádio Senado

Líder do PSB questiona Selic alta para controle da inflação

O líder do PSB, senador Jorge Kajuru (GO), afirmou que elevar a taxa básica de juros para manter a inflação em baixa não tem funcionado. Ele destacou que a Selic influi no pagamento da dívida pública, comprometendo grande parte do orçamento federal e impedindo investimentos que poderiam levar ao crescimento econômico do país.

14/02/2023, 17h19 - ATUALIZADO EM 14/02/2023, 17h19
Duração de áudio: 02:24
Roque de Sá/Agência Senado

Transcrição
O LÍDER DO PSB, SENADOR JORGE KAJURU, CRITICOU A ALTA DOS JUROS NO BRASIL. SEGUNDO ELE, A MEDIDA SEGUE NA CONTRAMÃO DE PAÍSES EUROPEUS E DOS ESTADOS UNIDOS. REPÓRTER JANAÍNA ARAÚJO. O senador Jorge Kajuru, do PSB de Goiás, afirmou que a retomada do crescimento econômico no Brasil enfrenta como obstáculo a taxa básica de juros atualmente fixada pelo Banco Central em 13,75% ao ano. Kajuru observou que o valor é mais do que o dobro da inflação prevista para 2023, que tem meta de 3,25%, mas com projeção recente de 5,7%. Ele citou países onde a taxa Selic é reduzida e criticou seu uso para o controle da inflação. Kajuru - Os Estados Unidos e a Zona do Euro mantêm juros de 4% e 3% ao ano. Mais de 50% do Orçamento federal é destinado ao pagamento de juros e da dívida, dívida crescentemente pressionada pela taxa Selic em níveis estratosféricos. Urge uma discussão profunda em busca da receita para a economia do país voltar a crescer. Tenho dúvida de que o caminho passe pela manutenção da maior taxa de juros do mundo a pretexto de controlar a inflação. Segundo Kajuru, a alta da Selic inviabiliza investimentos para aumentar a capacidade produtiva do país. Ele ressaltou dados dos últimos anos sobre os índices inflacionários com a taxa básica de juros também elevada. Kajuru - Há números que colocam em xeque a eficácia da fórmula. Em 2021, a meta de inflação era de 3,7%, e a inflação passou de 10%. No ano passado, novo estouro: com meta de 3,5%, a inflação foi de 5,79%. Mesmo em níveis altíssimos, as taxas básicas de juros não têm evitado seguidas elevações nas projeções de inflação, mas seguem fazendo a alegria dos rentistas. O senador avalia que o mercado financeiro trata muito da política fiscal e dos gastos do governo, mas pouco discute o custo da política monetária para as finanças públicas. Ele disse que é um dever dos senadores questionar os juros elevados, a inflação com tendência de alta e a perspectiva de crescimento econômico em baixa. Da Rádio Senado, Janaína Araújo.

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