Brasileiro está mais politizado após eleições de 2022, revela estudo do DataSenado — Rádio Senado
Pesquisa

Brasileiro está mais politizado após eleições de 2022, revela estudo do DataSenado

O Instituto DataSenado realizou a 20ª edição de sua pesquisa nacional Panorama Político. O levantamento recolhe opiniões sobre democracia, sociedade e prioridades para a atuação parlamentar. Os dados revelam que houve um aumento no apoio dos cidadãos à democracia, a política de cotas nas universidades e à pena de morte no país. A pesquisa também demonstrou um aumento da polarização do eleitorado, com uma queda de 17% entre os que não se enquadram como centro, direita ou esquerda.

10/02/2023, 18h23 - ATUALIZADO EM 13/02/2023, 08h13
Duração de áudio: 03:41
Foto: Antonio Augusto/Ascom/TSE

Transcrição
UMA PESQUISA DO INSTITUTO DATA SENADO REVELOU A QUEDA NO NÚMERO DE PESSOAS SEM POSICIONAMENTO POLÍTICO APÓS AS ELEIÇÕES DE OUTUBRO. A MAIORIA DOS ENTREVISTADOS CONSIDERA AS URNAS CONFIÁVEIS, APOIA A DEMOCRACIA E DEFENDE A PENA DE MORTE NO BRASIL. A REPÓRTER MARCELLA CUNHA TEM MAIS DETALHES SOBRE O LEVANTAMENTO. A opinião púbica foi significativamente impactada pelas eleições de outubro de 2022.  É o que aponta a vigésima edição da pesquisa Panorama Político do DataSenado. Realizada desde 2008, ela busca trazer a opinião de brasileiros de todas as idades e regiões sobre possíveis prioridades para a atuação parlamentar e percepções em relação aos principais temas em discussão no país. A pesquisa também demonstrou um aumento da polarização do eleitorado, com uma queda de 17% entre os que não se enquadram como centro, direita ou esquerda. Isso significa que mais brasileiros se posicionaram como sendo de direita, com 31% dos entrevistados, ou de esquerda, com 17%. Para o coordenador da pesquisa, José Henrique Varanda, os dados, coletados sete dias após o segundo turno das eleições do ano passado, revelam uma maior polarização da política. A pesquisa se deu em um contexto pós-eleitoral aonde esse momento teve impacto nas nossas séries históricas. Isso já fica evidenciada maior a politização da população brasileira neste momento, o que era esperado, por acabar de passar por um processo eleitoral, com muito debate. E também talvez aí sim uma carcterística desse momento particular, dessas eleições, nota-se uma maior polarização política. Segundo Varanda, a pergunta que mais ilustrou a associação política dos entrevistados foi sobre a confiabilidade das urnas. Para a maioria, ou 58%, há transparência nos resultados. Porém, enquanto 93% dos que se consideram de esquerda concordam com essa afirmação, 73% entre os da direita, discordam.  O aumento do posicionamento político dos eleitores também ficou evidenciado em outras perguntas chave do levantamento, principalmente as de cunho social. A defesa da pena de morte no país, que vinha em queda nas últimas três edições da pesquisa, subiu para 55%. A cota para pessoas negras em universidades também ganhou mais apoio, com 58% das pessoas ouvidas, assim como a democracia. Enquanto em 2019, apenas 58% dos brasileiros consideravam que esta é sempre a melhor forma de governo, em 2022 o índice subiu para 73%. Outras 9% responderam que ‘tanto faz um governo autoritário ou democrático’. Segundo Varanda, o aumento é bastante significativo em termos estatísticos. Já nas últimas séries tem havido uma ampliação, uma melhora, nesse índice da democracia e ele agora retomou o seu ponto mais alto, o seu patamar histórico mais alto. A satisfação com a democracia no Brasil historiamente na pesquisa é baixa. Mas nesse último perído houve uma atenuação desse processo, houve uma queda dos muito insatisfeitos e boa parte senão toda transferida para os muito satisfefeitos. Isso talvez demonstre um ganho de força da democracia de que no final das contas as pessoas entendam que é por ela o caminho.  Sobre a violência doméstica, 71% dos brasileiros acreditam que houve aumento no último ano. Para 60%, a facilitação da posse de armas agrava a estatística.  Outros 37% defendem que o acesso às armas aumenta a segurança no país. A pesquisa revelou, ainda, que um quinto das pessoas ouvidas deixou de falar com amigos ou família por conta de política. Da Rádio Senado, Marcella Cunha

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