Produtores de cacau pedem políticas públicas para valorizar o chocolate brasileiro — Rádio Senado
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Produtores de cacau pedem políticas públicas para valorizar o chocolate brasileiro

Participantes de audiência pública na Comissão Senado do Futuro desta quinta-feira (1º) pediram políticas para incentivar a produção de cacau e aumentar o consumo de chocolate no país. Entre as demandas, a criação de uma rede de valorização do cacau, assistência técnica aos produtores e aprovação de leis. A audiência foi uma iniciativa do senador Zequinha Marinho (PSC-PA).

01/12/2022, 17h29 - ATUALIZADO EM 01/12/2022, 17h29
Duração de áudio: 03:50
Foto: Agência Pará

Transcrição
PRODUTORES DE CACAU PEDEM POLÍTICAS PÚBLICAS PARA INCENTIVAR O CONSUMO E VALORIZAR O PRODUTO BRASILEIRO.   O ASSUNTO FOI DEBATIDO EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO SENADO DO FUTURO. A REPORTAGEM É DE IARA FARIAS BORGES. Quinto maior produtor de cacau do mundo, o Brasil não valoriza os produtores nem o produto final, o chocolate. Esta é a queixa de participantes de audiência pública na Comissão Senado do Futuro, que pediram políticas públicas e legislação para alavancar a cadeia do cacau. Na avaliação do representante do Ministério da Agricultura, Almir Vieira Silva, é preciso estruturar uma rede de valorização do cacau para melhor precificar o produto, como já acontece com a cadeia do café e do leite.  O ponto inicial está relacionado com a questão de como valorizar a qualidade do cacau junto ao produtor, assim como a necessidade de abertura de novos mercados. Esse é um dos grandes problemas do cacau. Isso já acontece há 30 anos no café, há 20 anos no leite e nada disso acontece no cacau. Ao pedir a aprovação do projeto que institui a Política Nacional de Incentivo à Produção de Cacau de Qualidade, já aprovado no Senado e em análise na Câmara dos Deputados, a presidente da ANPC, Associação Nacional dos Produtores de Cacau, Vanuza Barroso, defendeu programas de assistência técnica aos produtores, bem como campanhas para informar sobre os benefícios do cacau como alimento e incentivar o consumo de chocolate. Ela sugeriu que o governo adquira chocolate brasileiro de qualidade para, por exemplo, incluir na merenda escolar, e também a criação de uma comissão no Parlamento para atender às demandas do setor. Agregando valor ao produto e gerando renda e emprego nos estados produtores, com base em quatro questões fundamentais: benefício do cacau para a saúde humana, preservação da mata atlântica e da floresta amazônica, aumento da renda do produtor de cacau e internalização de nossas riquezas. Esperamos que o nosso grito de socorro aos nossos representantes nesta Casa seja atendido. Presidente da Câmara Setorial do Cacau em Rondônia, Francisco Bezerra alertou sobre a ameaça da Monilíase, doença causada por fungo que destrói a lavoura de cacau, vinda de países fronteiriços. Ele disse que a praga comprometeu cerca de 30% da produção no Chile, Colômbia e Equador, e pediu apoio para impedir que afete a produção brasileira. Não adianta nós fazermos tudo isto aqui, aquecer o mercado, valorizar o produto, inserir o chocolate na merenda escolar, se nós não cuidarmos da nossa proteção sanitária. A monilíase está batendo na porta aqui de Rondônia, que é a porta de entrada. Nós do Brasil temos que estar atentos e temos que estar preparados. Autor do projeto que estabelece percentuais mínimos de cacau para que um produto seja considerado chocolate, o senador Zequinha Marinho, do PL paraense, pediu a votação da proposta na Comissão de Defesa do Consumidor, onde aguarda o relatório do senador Paulo Rocha, do PT do Pará. O pessoal está comprando gato por lebre. A indústria precisa ser regulada. Se eu tenho num único produto a condição de resolver, simultaneamente, dois problemas importantíssimos – a questão ambiental, porque ele me traz cobertura permanente, e a questão social e econômica – por que eu não dou atenção para isso? Ao diferenciar chocolate de guloseimas, o presidente da Câmara Setorial do Cacau do Estado da Bahia, o médico Valnei Pestana disse que o cacau é alimento nobre, excelente antioxidante e, ao contrário do que se pensa, favorece a redução da obesidade, cárie, hipertensão, entre outras doenças. O presidente da comissão, o senador Izalci Lucas, do PSDB do Distrito Federal, vai enviar todas as informações apresentadas na audiência ao Ministério da Agricultura. Da Rádio Senado, Iara Farias Borges.

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