Comissão aprova Semana Nacional de Conscientização sobre a Depressão
A Comissão de Educação, Cultura e Esporte aprovou o PL 2/2020, que institui a Semana Nacional de Conscientização sobre a Depressão. Serão feitas campanhas para dar visibilidade à doença e cobrar a adoção de políticas públicas de prevenção, sempre na semana de 10 de outubro. A relatora foi a senadora Zenaide Maia (PROS-RN). Ela chamou a atenção para o fato da doença ser silenciosa e muitas vezes negligenciada. Já Leila Barros (PDT-DF) lembrou que a pandemia foi responsável pelo agravamento de quadros depressivos em todo o mundo.
Transcrição
A COMISSÃO DE EDUCAÇÃO APROVOU A CRIAÇÃO DA SEMANA NACIONAL DE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE A DEPRESSÃO.
A DATA SERÁ COMEMORADA ANUALMENTE NA SEMANA DO DIA 10 DE OUTUBRO, COM CAMPANHAS PARA DAR VISIBILIDADE À DOENÇA CONSIDERADA O MAL DO SÉCULO VINTE E UM. A REPÓRTER MARCELLA CUNHA TEM OS DETALHES
A Comissão de Educação, Cultura e Esporte aprovou o projeto que cria a Semana Nacional de Conscientização sobre a Depressão. A data vai ser comemorada na semana do dia 10 de outubro, quando deverão acontecer palestras e campanhas que estimulem políticas públicas para o enfrentamento da doença, formas de acesso a serviços de atenção à saúde mental e avanços no tratamento. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a depressão pode ser considerada o Mal do Século Vinte e Um. E até 2030, deve se tornar a doença mais comum do mundo, afetando mais pessoas do que qualquer outro problema de saúde. A relatora, senadora Zenaide Maia, do PROS do Rio Grande do Norte, acredita que a data vai contribuir para que a sociedade compreenda melhor o que é a depressão, que, como outros transtornos mentais, ainda é negligenciada.
A gente precisa ter uma semana para dar visibilidade, porque às vezes você está com depressão, mas, como não é uma doença palpável, como se diz, não é um ferimento na perna, que você vê, não é... Entendeu? E demora a ter o diagnóstico. E mais: se as pessoas não tiverem conhecimento de que é uma doença... Muita gente diz que está com frescura. Na verdade, a gente ouve isso, e é uma doença.
Para o senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, é preciso acabar com o estigma de que a depressão afeta apenas as classes sociais mais altas.
Lá no meu mundo - o "meu mundo" que eu digo é o de dentro de fábrica -, sabe como é que se falava em depressão? "Depressão é doença de rico". Para com isso! "É doença de rico". Mas eles não sabem que a depressão pega qualquer cidadão. E é quase que, como chamam no linguajar popular, uma doença silenciosa, não é? Quando o menino ou a menina está em depressão, vai ver o que é e o que não é... E eu achei muito importante que seja uma semana para aprofundar o debate.
Segundo o Ministério da Saúde, mais de 11% da população brasileira apresenta diagnóstico depressivo no cenário pós-pandemia. Foi o que lembrou a senadora Leila Barros, do PDT do Distrito Federal.
Só vale lembrar que esses números certamente se agravaram muito com a pandemia. As sequelas da pandemia nós sabemos que são econômicas, são sociais e, com certeza, emocionais. Então, esse número de pessoas que hoje são acometidas pela depressão, talvez a gente nem tenha preciso. Certamente nós precisamos realmente fazer um trabalho em conjunto. Eu acho que essa iniciativa vem num momento muito pertinente, assim.
A proposta, que já foi aprovada pela Câmara dos Deputados e pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado, segue para a análise do plenário. Da Rádio Senado, Marcella Cunha