CFM suspende resolução que restringia uso de canabidiol — Rádio Senado
Saúde

CFM suspende resolução que restringia uso de canabidiol

O Conselho Federal de Medicina suspendeu a resolução que restringia o uso de remédios à base de canabidiol – um dos compostos presentes na maconha – a alguns quadros de epilepsia infanto-juvenil, e somente quando o paciente não respondesse bem a outros tratamentos. A norma havia sido editada pela própria entidade dez dias antes, mas foi duramente criticada por especialistas e por pacientes que dependem dos medicamentos. Com a suspensão da resolução, fica a cargo de cada médico recomendar o tratamento.

26/10/2022, 16h56 - ATUALIZADO EM 26/10/2022, 17h13
Duração de áudio: 02:08
Getty Images/iStockphoto

Transcrição
O CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA SUSPENDEU A RESOLUÇÃO QUE RESTRINGIA O USO DE REMÉDIOS A BASE DE CANABIDIOL. A NORMA HAVIA SIDO EDITAVA PELA PRÓPRIA ENTIDADE DEZ DIAS ANTES, MAS FOI DURAMENTE CRITICADA POR ESPECIALISTAS E POR PACIENTES QUE DEPENDEM DOS MEDICAMENTOS. REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO. Editada em 14 de outubro, a resolução do Conselho Federal de Medicina limitava o tratamento com remédios à base de canabidiol – um dos compostos presentes na maconha – a alguns quadros de epilepsia infanto-juvenil, e somente quando o paciente não respondesse bem a outros tratamentos. Além disso, vedava a prescrição de qualquer outro derivado da cannabis e proibia que médicos mencionassem esse tipo de tratamento em palestras e cursos. A norma recebeu uma forte resistência de especialistas e associações de pacientes que dependem dos medicamentos. O senador Confúcio Moura, do MDB de Rondônia, lembrou que pessoas acometidas por várias doenças precisam dos remédios à base de canabidiol para controlar os sintomas e muitas vezes, dores crônicas incapacitantes. Só no ano passado, houve cerca de 40 mil pedidos de importação do óleo da Cannabis para uso diverso. Para epilepsia, os autistas, benefícios também na depressão, a tentativa de suicídio. O câncer terminal, as dores crônicas, a fibromialgia, a esclerose múltipla, o Parkinson, o Alzheimer e outras patologias. Tem sido milagroso o efeito do canabidiol. E vamos assim avaliar as pesquisas científicas que avançam no mundo inteiro. Ao comemorou a decisão, Flávio Arns, do Podemos do Paraná, disse que as restrições dificultam a fabricação no Brasil e alertou que quem precisa do medicamento acaba sendo obrigado a importá-lo a um alto custo. Um vidro do canabidiol está custando na faixa de R$ 500, fora o processo de importação. O que não pode acontecer é justamente essas autorizações serem dadas individualmente. A pessoa tem que plantar a Cannabis, a pessoa tem que produzir o medicamento, e tudo isso tem que seguir um ritual técnico, específico de competência. Com a resolução suspensa, fica a cargo de cada médico recomendar o tratamento com canabidiol. O tema continua em debate no Conselho Federal de Medicina, que vai rediscutir a restrição por meio de uma consulta pública com participação popular. Quem quiser opinar pode enviar contribuições para o órgão até 23 de dezembro. Da Rádio Senado, Roberto Fragoso.

Ao vivo
00:0000:00