IFI projeta crescimento do PIB de 2% e superávit pela primeira vez — Rádio Senado
Economia

IFI projeta crescimento do PIB de 2% e superávit pela primeira vez

A Instituição Fiscal Independente (IFI) divugou o Relatório de Acompanhamento Fiscal referente ao mês de agosto. As novas projeções prevêem que o PIB pode crescer 2% este ano, mas em 2023 terá uma desaceleração. O diretor-executivo da IFI, Daniel Couri, explicou que os cálculos foram afetados por medidas que aumentam a renda disponível para o consumo das pessoas, como as previstas na PEC 15/22. No entanto, o desempenho positivo não será mantido em 2023.

18/08/2022, 18h37 - ATUALIZADO EM 18/08/2022, 18h41
Duração de áudio: 02:40
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Transcrição
NOVO RELATÓRIO DA INSTITUIÇÃO FISCAL INDEPENDENTE PREVÊ, PELA PRIMEIRA VEZ, SUPERÁVIT PARA ESTE ANO. DESDE 2013, O BRASIL SÓ FECHA AS CONTAS NO VERMELHO. A IFI TAMBÉM ALTEROU A PREVISÃO DE CRESCIMENTO DO PIB PARA 2022 DE 1,4 PARA 2%. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA A Instituição Fiscal Independente atualizou suas previsões para crescimento do PIB de 2022, que subiu de 1,4% para 2%. A estimativa está no mais recente Relatório de Acompanhamento Fiscal. Segundo o diretor-executivo da IFI, Daniel Couri, alguns fatores foram responsáveis pela melhora do desempenho econômico do País. Os fatores condicionantes são os dados de alta frequência indicando que o segundo trimestre do ano vai ter um crescimento maior do que se esperava. E para o segundo semestre que anteriormente se esperava uma queda no ritmo agora tem um fator adicional que são essas medidas de estímulo com cortes de impostos e elevação de despesas que aumentam a renda disponível para consumo das pessoas. Entre as medidas de estímulo está a PEC do Estado de Emergência,  aprovada pelo Congresso Nacional, que autorizou o governo a gastar mais R$ 41 bilhões com o aumento de benefícios sociais, a concessão de ajuda financeira a caminhoneiros e taxistas, ampliação da compra de alimentos para pessoas de baixa renda e a redução de tributos do etanol. A IFI também prevê um superávit de R$ 27 bilhões este ano no lugar de um déficit de quase R$ 41 bilhões. Isso significa que, pela primeira vez desde 2013, o país pode conseguir arrecadar mais do que gasta. O resultado positivo, no entanto, não vai se manter em 2023. A IFI reduziu em 0,1% a previsão anterior, chegando em um crescimento econômico de 0,6% no próximo ano. Segundo Couri, a queda no desempenho será afetada pelo aumento de juros promovido pelo Banco Central e o menor dinamismo do crescimento mundial. Então para 2023 a gente já não espera um desempenho tão forte assim. O resultado primário até se aproxima mais de zero e a dívida até cresce. Então para ano que vem a gente não manteria essa trajetória de crescimento de resultado primário, a gente vai crescer menos, a inflação vai estar menor e o resultado primário vai ser menor também, com juros altos ainda. O relatório da IFI também mostra um aumento de despesas no ano que vem na ordem de R$ 1,8 bilhões se aprovado o reajuste de 18% para ministros do Supremo Tribunal Federal. O aumento salarial, com impacto para todo o Poder Judiciário, depende da aprovação do Congresso Nacional. Da Rádio Senado, Marcella Cunha

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