Eleições 2022: expectativa é que abstenção caia devido ao fim da pandemia — Rádio Senado
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Eleições 2022: expectativa é que abstenção caia devido ao fim da pandemia

A expectativa para as eleições de 2022 é que o número de abstenções caia, devido ao fim da pandemia, após alta na disputa municipal de 2020. Naquele ano, os eleitores ausentes – que historicamente giram em torno de 20% do total – ficaram na média em 30% e em algumas cidades chegaram a 37%. O consultor do Senado Gilberto Guerzoni lembra que o cenário em 2020 foi atípico devido à pandemia, e destacou que o eleitor deve ter em mente que mesmo com alto número de faltosos, votos brancos e nulos, as votações não são anuladas.

17/08/2022, 20h15 - ATUALIZADO EM 17/08/2022, 20h15
Duração de áudio: 02:19
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
A EXPECTATIVA PARA AS ELEIÇÕES DE 2022 É QUE O NÚMERO DE ABSTENÇÕES CAIA, DEVIDO AO FIM DA PANDEMIA, APÓS ALTA NA DISPUTA MUNICIPAL DE 2020. ANALISTAS LEMBRAM QUE MESMO COM ALTO NÚMERO DE FALTOSOS, VOTOS BRANCOS E NULOS, AS VOTAÇÕES NÃO SÃO ANULADAS. REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO. Em 2020, o Brasil bateu recordes de abstenção nas eleições municipais. Os eleitores ausentes – que vêm crescendo pouco a pouco a cada pleito mas historicamente giram em torno de 20% do total – ficaram na média em 30% e em algumas cidades chegaram a 37. Somados, os votos brancos, nulos e abstenções ultrapassaram os números de vários eleitos. E como de costume, circularam nas redes rumores e fake news sobre a anulação da votação. Com a chegada de mais uma disputa, convém lembrar que quem cala, consente. Não existe a chance de uma eleição ser anulada por W.O., explicou o consultor do Senado Gilberto Guerzoni. Sempre é preciso chamar a atenção que nem abstenções, nem votos nulos e brancos provocam a nulidade de um processo eleitoral. De acordo com o Código Eleitoral, as eleições podem ser anuladas, de fato, mas isso só ocorre quando a votação tem vícios que levam à nulidade pela Justiça Eleitoral de mais da metade dos votos dessa eleição. O especialista lembra que o aumento das abstenções, dos brancos e nulos é visto pela maioria dos analistas como resultado de um processo de desânimo com a política. O ano de 2020, no entanto, foi atípico por causa da pandemia, e é preciso avaliar se as eleições de 2022 manterão as ausências ou se retornam ao patamar anterior. Nestas eleições de 2022, especialmente porque nós temos eleições extremamente polarizadas, há uma expectativa grande para verificar se esses números das eleições de 2020 foram um ponto fora da curva, causado pela pandemia, ou se a gente tem uma continuidade desse processo de um crescimento paulatino do não voto, né, do voto branco e nulo e da abstenção. Que pode ter como causa um pouco a desilusão do eleitos com a política. A menor abstenção nas disputas presidenciais foi nas primeiras eleições após a redemocratização, em 1989: 12% no primeiro turno e 14 no segundo, com votos brancos de um e meio por cento do eleitorado, e nulos, próximos a 5%. Nas eleições de 2018, 20% deixaram de votar no primeiro turno e 21 no segundo, com cerca de 2 e meio por cento de votos brancos e sete, de nulos. Da Rádio Senado, Roberto Fragoso.

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