Desigualdade de conexão nas escolas gera atraso para estudantes — Rádio Senado
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Desigualdade de conexão nas escolas gera atraso para estudantes

A Subcomissão Temporária para Acompanhamento da Educação discutiu nesta segunda-feira (8) a garantia de acesso a dispositivos com conexão à internet de alta velocidade aos estudantes e professores da rede pública. Participaram da audiência a coordenadora de produção de conhecimento do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais, Ariana Brito, e o diretor de pesquisa e avaliação do Centro de Estudos e Pesquisa em Educação, Cultura e Ação Comunitária, Romualdo Portela.

08/08/2022, 15h53 - ATUALIZADO EM 08/08/2022, 15h53
Duração de áudio: 03:25
Prefeitura de São Paulo

Transcrição
A DIFERENÇA NA CONECTIVIDADE DAS ESCOLAS FOI TEMA DE AUDIÊNCIA PÚBLICA NA SUBCOMISSÃO CRIADA PARA ACOMPANHAR A EDUCAÇÃO NA PANDEMIA. DEBATEDORES APONTAM DISPARIDADES ENTRE GRANDES CENTROS URBANOS E ESCOLAS RURAIS, COM VELOCIDADE INADEQUADA PARA ATIVIDADES PEDAGÓGICAS. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA A Subcomissão Temporária para Acompanhamento da Educação discutiu a garantia de acesso a dispositivos com conexão à internet de alta velocidade aos estudantes e professores da rede pública. Segundo o último Censo Escolar, realizado em 2021, cerca de 58% das escolas não possuem wi-fi e mais de 22% não têm acesso a internet. Além disso, apenas 24% dos professores que usam internet em suas práticas pedagógicas, consideram a qualidade adequada. Para a Coordenadora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais, Ariana Britto, é preciso compreender, primeiro, que a melhoria da educação é de longo prazo. O tempo da melhoria da educação ele é muito diferente do tempo politico. Muito, muito, muito. E ele vai continuar sendo diferente por algum tempo. Então, essa construção desses grupos de trabalho para pensar o diagnóstico e a partir daí olhar para questão do uso de tecnologia na educação, ele pressupõe que cada um desse atores entenda que talvez ele não veja, naquele momento, os frutos desse seu esforço mas, vai lembrar eu coloquei a primeira pedrinha lá atrás.  Já a pesquisadora em equidade na educação, Yasmin Melo, apresentou dados que reforçam que o problema de conectividade nas escolas é mais grave no Norte e no Nordeste, que possuem maior número de escolas rurais. Yasmin chamou a atenção para o atual estado de vulnerabilidade dos estudantes. São 33 milhões de pessoas passando fome. E só 26% dos alunos de 2 a 9 anos de idade conseguem fazer as três refeições por dia. Como é que as nossas crianças aprendenderão se elas estão com fome? Se a gente pensa em acesso à educação, em recursos, um desenvolvimento integral dessas crinaças, a gente percebe o quanto esse cenário é assustador, o quanto essa insegurança alimentar impacta no desenvolvimento dessas crianças e reduz oportunidades educacionais e no futuro oportunidade no mercado de trabalho. O presidente da comissão, senador Flávio Arns, do Podemos do Paraná, voltou a defender a implantação do Sistema Nacional de Educação para garantir uma rede de colaboração entre os diferentes níveis de governo para enfrentar as desigualdades. Às vezes, ao lado de um município rico há um município extremamente empobrecido. Então, nós temos... Isso, aqui, dentro de um sistema estadual de educação, teria que ser abortado. Sistema nacional é uma coisa, o sistema estadual... A pactuação para o desenvolvimento harmônico. Quem é próspero, rico, que continue, eu acho que é importante, não termos essa disparidade de possibilidades dentro do próprio estado. Também participou da audiência o Diretor de Pesquisa e avaliação do Centro de Estudos e Pesquisa em Educação, Cultura e Ação Comunitária, Romualdo Portela. Ele alertou que a pandemia deixou o acesso à escola ainda mais precário, além de trazer prejuízos no aprendizado que sequer foram medidos. Da Rádio Senado, Marcella Cunha

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