Audiência discute como escolas em tempo integral vão ajudar a recuperar conteúdo — Rádio Senado

Audiência discute como escolas em tempo integral vão ajudar a recuperar conteúdo

A Subcomissão Temporária para Acompanhamento da Educação na Pandemia discutiu nesta segunda-feira (20) a superação dos prejuízos educacionais da pandemia. Para a presidente do Instituto Articule, Alessandra Gotti, é preciso ampliar a oferta de educação em tempo integral, com apoio financeiro a estudantes vulneráveis. Uma pesquisa do Instituto Natura revela uma queda de até 40% nas taxas de homicídio após a implementação de escolas integrais no estado de Pernambuco, em 10 anos. Para Zenaide Maia (PROS-RN), a educação pública funciona como prevenção da violência.

20/06/2022, 17h04 - ATUALIZADO EM 20/06/2022, 17h04
Duração de áudio: 03:11
Foto: Agência Sorocaba

Transcrição
A ESCOLA EM TEMPO INTEGRAL PODE SER CHAVE PARA RECOMPOR A APRENDIZAGEM PERDIDA DURANTE A PANDEMIA. É O QUE DEFENDERAM PALESTRANTES DURANTE AUDIÊNCIA PÚBLICA NA SUBCOMISSÃO QUE ACOMPANHA A EDUCAÇÃO NA PANDEMIA. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA A subcomissão temporária para acompanhamento da educação na pandemia realizou sua décima quarta audiência pública. O objetivo foi se aprofundar na superação dos prejuízos educacionais da pandemia, com o aumento da oferta de educação integral e da capacitação professores. Segundo a presidente do Instituto Articule, Alessandra Gotti, há evidências de que, durante o ensino remoto, os alunos aprenderam cerca de um quarto do que deveriam se estivessem em sala de aula.  Para minimizar o problema, ela defendeu a educação em tempo integral, inclusive com apoio financeiro para assegurar a permanência de estudantes vulneráveis.  Aqui é ponto-chave a gente poder ampliar a oferta de educação em tempo integral. Há pelo menos dez estados que têm estratégias de apoio financeiro a esses estudantes. E a gente sabe que agora, com a crise econômica, há mais chances de o jovem ter que abandonar a escola para trabalhar. Então é fundamental pensarmos nessas estratégias de apoio financeiro, para garantir a permanência. Alessandra também reforçou a necessidade já levantada pelo Ministério Público de contemplar o estudo da história e cultura indígena e afro-brasileira, além de ações ligadas à educação inclusiva. O secretário de Educação do Rio Grande do Norte, Getúlio Marques, também destacou a importância do financiamento para as ações educacionais, além de medidas de gestão para garantir o atendimento das demandas dos alunos.  Os alunos abandonaram as escolas; aqueles que não puderam ir, mesmo sem querer, que não queriam abandonar, não tinham as ferramentas adequadas. Não havia a conectividade necessária para continuar acompanhando. Não havia a conectividade necessária para continuar acompanhando. Alguns, começaram a voltar a trabalhar para ajudar no orçamento doméstico. Isso também contribuiu para o abandono escolar. Já a representante do Instituto Natura, Carolina Ilidia Faria, apresentou uma pesquisa sobre o impacto da educação em taxas de homicídios no Estado de Pernambuco, o primeiro a implementar o ensino médio  em tempo integral. O estudo revelou uma redução de 12 pontos percentuais do índice de homicídios a partir da implementação do programa, com quedas de até 40% nas taxas ao longo de dez anos. Para a senadora Zenaide Maia, do PROS do Rio Grande do Norte, os números mostram que a educação é uma forma de promover mais segurança. Essa pesquisa é essencial, é a prova viva de que realmente a prevenção da violência é uma educação pública de qualidade. Se me perguntassem hoje, Flávio Arns, qual a pior doença do nosso país, falando como doença, é a desigualdade social. E a gente sabe que não tem como tratar isso sem uma educação pública de qualidade em tempo integral. Entendeu? Uma das metas do Plano Nacional de Educação prevê que até 2024 metade das escolas públicas sejam em tempo integral para atender pelo menos 25% dos alunos. Da Rádio Senado, Marcella Cunha

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