IFI aponta melhora geral na economia, com inflação de 7,9% em 2022 — Rádio Senado
Economia

IFI aponta melhora geral na economia, com inflação de 7,9% em 2022

A Instituição Fiscal Independente (IFI) aponta no seu Relatório de Acompanhamento Fiscal de maio (RAF 64) uma melhora geral no cenário econômico brasileiro. No entanto, parte do resultado se deve à inflação, que pode fechar o ano em 7,9%. A alta nos preços, aliada à recuperação de setores como comércio e serviços e ao aumento no consumo esperado pela liberação do FGTS, elevou a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto de 0,5% para 1% em 2022. Mas em um segundo momento, medidas para conter a inflação devem desacelerar a economia.

19/05/2022, 18h01 - ATUALIZADO EM 19/05/2022, 18h01
Duração de áudio: 02:09
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Transcrição
A INSTITUIÇÃO FISCAL INDEPENDENTE APONTA UMA MELHORA GERAL NO CENÁRIO ECONÔMICO BRASILEIRO, COM ALTA NO CRESCIMENTO. NO ENTANTO, PARTE DO RESULTADO SE DEVE À INFLAÇÃO, QUE PODE FECHAR O ANO EM 7,9%. REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO. O ambiente de instabilidade internacional, reforçado pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia, provoca retração da economia e inflação em todo o mundo, em especial pela falta de insumos. Os países produtores como o Brasil, entretanto, podem se beneficiar do aumento dessas mercadorias. A alta nos preços, aliada à recuperação de setores como comércio e serviços e ao aumento no consumo esperado pela liberação do FGTS, elevou a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto de 0,5% para 1% em 2022. Mas esses indicadores devem ser vistos com cautela, explica o diretor da Instituição Fiscal Independente Daniel Curi. O quadro fiscal em relação ao que a gente previa em dezembro de 2021, ele é melhor. A gente tem dados – pro resultado primário tanto pra 2022 quanto pros anos seguintes e também pra dívida pública – melhores hoje do que tínhamos em 2021. Por outro lado, a principal contribuição, especialmente agora no curto prazo continua vindo da inflação. Então não é o tipo de contribuição que a gente espera ajudando as contas públicas. A inflação deve fechar o ano em 7,9%, mais que o dobro da meta, de 3 e meio. Curi explica que em um segundo momento medidas para conter essa alta nos preços, como o aumento dos juros, devem desacelerar a economia. A estimativa da IFI é que a taxa Selic – que começou 2021 em 2% – chegue a 13,25% no fim de 2022. O relatório aponta ainda que a alta dos juros vai pressionar as despesas públicas, mas que devido à aprovação da PEC dos Precatórios, o teto de gastos será respeitado, pelo menos até o fim do regime especial. Nosso cenário de despesa é um cenário de risco baixo de descumprimento de teto de gastos em 2022, 23 e 24, pelo menos. E aí a gente tem os principais riscos. A PEC dos precatórios, uma das formas que ela se utilizou para ampliar o espaço fiscal para novas despesas foi impor um limite para os gastos com sentenças judiciais e precatórios. Essa regra, esse limite de pagamento, ele só vale até 2026. A IFI calcula ainda que a arrecadação deve crescer, impulsionada pela alta dos preços dos produtos e serviços. Da Rádio Senado, Roberto Fragoso.

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