Ex-cerimonialista do MEC relata interferência de pastor em eventos da pasta — Rádio Senado
Comissão de Educação

Ex-cerimonialista do MEC relata interferência de pastor em eventos da pasta

A Comissão de Educação ouviu nesta quarta-feira a ex-chefe do serviço de Cerimonial do Ministério da Educação, Vanessa Reis. Ela confirmou a presença dos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos em eventos da pasta. Segunda ela, Arilton questionava a ordem dos palestrantes e pedia mais tempo de fala. A cerimonialista também relatou ter repassado ao ex-ministro Milton Ribeiro denúncias de pedidos de compra indevida de passagem e hospedagem. Para Randolfe, o depoimento confirma que Milton teve conhecimento dos fatos com antecedência.

04/05/2022, 14h03 - ATUALIZADO EM 04/05/2022, 14h07
Duração de áudio: 02:40
Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
A COMISSÃO DE EDUCAÇÃO OUVIU NESTA QUARTA-FEIRA A EX-CHEFE DO CERIMONIAL DO MEC SOBRE A PRESENÇA DE PASTORES EM EVENTOS DA PASTA. VANESSA REIS AFIRMOU QUE HOUVE PEDIDOS DO PASTOR ARILTON MOURA PARA INTERFERIR EM EVENTOS DO MINISTÉRIO, COMO NA ORDEM DOS PALESTRANTES. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA A Comissão de Educação ouviu nesta quarta-feira Vanessa Reis, ex-chefe do serviço de Cerimonial do Ministério da Educação. Ela confirmou a presença em eventos da pasta dos pastores envolvidos no caso de suspeita de beneficiamento indevido de prefeituras, Arilton Moura e Gilmar Santos. Apesar de negar influência nas áreas técnicas, a cerimonialista admitiu ter recebido pedidos para interferir nos eventos. Eu não posso falar sobre o universo político e social. Mas na parte técnica do cerimonial não existia influência. Algumas vezes em alguns eventos, o pastor Arilton perguntava como seria o protocolo, e ele queira interferir, mas eu sempre deixei muito claro que a gente temuma regra de precedência a ser cumprida e que se ele não tivesse satisfeito em relação a isso que ele procurasse diretmente o ministro.  Segundo Vanessa, os pedidos de Arilton eram por mais tempo de fala ou questionando a ordem dos palestrantes, além de requisitar que esperassem a chegada do pastor Gilmar Santos para que o evento do MEC pudesse começar. Ela também comunicou à Comissão ter sido abordada por uma pessoa em um evento do MEC que organizou em Nova Odessa, em São Paulo, relatando ter recebido pedidos estranhos como emissão de passagens e hospedagem. José Evaldo Brito teria então solicitado uma reunião com o ex-ministro Milton Ribeiro, para relatar os fatos e a reunião, conforme agenda oficial, aconteceu no dia 16 de setembro. Para o autor do pedido de realização de audiência, Randolfe Rodrigues, da Rede Sustentabilidade do Amapá, o depoimento deixa claro que o ex-ministro foi informada com antecedência sobre suspeitas de corrupção na pasta. Acho essa informação muito imporante para esta comissão. Me parece que o que estava em curso no âmbito do Ministério da Educação já então já se tinha conhecimento por parte do ministro de quando nós dessa comissão tivemos conhecimento dos fatos. Vanessa confirmou, ainda, a presença do consultor do FNDE, Darwin Lima, em um evento realizado em Centro Novo, no Maranhão. Poucos dias depois, foi firmado um contrato entre a prefeitura de Gonçalves Dias com uma empresa de consultoria que pertence a Darwin. Para Randolfe, o MEC deve explicações da atuação imprópria do consultor nas duas pontas. Também foram convidados a participar da reunião os ex-servidores comissionados do MEC Luciano de Freitas Musse e Odimar Barreto, mas eles não comparecerem. Da Rádio Senado, Marcella Cunha

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