Pioneira na psiquiatria humanista, Nise da Silveira terá nome no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria — Rádio Senado

Pioneira na psiquiatria humanista, Nise da Silveira terá nome no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria

A psiquiatra Nise da Silveira pode ter seu nome incluído no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Projeto nesse sentido, de autoria da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), foi aprovado pelo Senado.  Como ressaltou a relatora, senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), a homenageada é pioneira da terapia ocupacional e mudou os rumos dos tratamentos psiquiátricos no Brasil, que eram conduzidos por meio de isolamento em hospícios. A proposta segue para sanção presidencial.

28/04/2022, 17h30 - ATUALIZADO EM 28/04/2022, 17h31
Duração de áudio: 02:11
Centro Cultural da Saúde/Ministério da Saúde

Transcrição
SENADO APROVA INCLUSÃO DE NISE DA SILVEIRA NO LIVRO DOS HERÓIS E HEROÍNAS DA PÁTRIA O PROJETO SEGUE AGORA PARA SANÇÃO PRESIDENCIAL. A PSIQUIATRA ALAGOANA FOI PIONEIRA DA LUTA ANTIMANICOMIAL. REPÓRTER PEDRO PINCER Em qualquer indivíduo, mesmo no mais esfarrapado mendigo egresso de um hospital psiquiátrico, existem funções criadoras, existem forças autocurativas esperando de apoio, esperando de amor, esperando de calor humano. Esta é a psiquiatra alagoana Nise da Silveira no documentário Posfácil - Imagens do Inconsciente, de Leon Hirszman. Nise deve ter o seu nome incluído no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Projeto nesse sentido, de autoria da deputada Jandira Feghali, do PCdoB do Rio de Janeiro, foi aprovado pelo Senado.  A homenageada é pioneira da terapia ocupacional e mudou os rumos dos tratamentos psiquiátricos no Brasil, que eram conduzidos por meio de isolamento em hospícios. Ela também ganhou projeção internacional, tendo o trabalho reconhecido por outros psiquiatras mundo afora, como o suíço Carl Jung. Ao começar a atuar, na década de 40, Nise rebelou-se contra os métodos manicomiais então aplicados a pacientes com transtornos mentais, como o eletrochoque, a lobotomia e o confinamento, entre outros. O contato com gatos e cães foi outro tratamento introduzido por ela no Brasil. A relatora da homenagem, Eliziane Gama, do Cidadania do Maranhão, destacou os métodos humanísticos implantados por Nise da Silveira. Um dos tratamentos desenvolvidos por Silveira foi a expressão dos sentimentos pelas artes, especialmente em pinturas. A produção artística de alguns pacientes ganhou reconhecimento pela qualidade estética, além de ter demonstrado resultados positivos na recuperação. As obras estão expostas no Museu de Imagens do Inconsciente, inaugurado em 1952 por ela no Rio de Janeiro, cinco anos após fundar a Seção de Terapêutica Ocupacional e Reabilitação no centro onde trabalhava. A psiquiatra morreu no Rio de Janeiro em 1999, aos 94 anos. Da Rádio Senado, Pedro Pincer

Ao vivo
00:0000:00