Senador quer acesso a áudios que reforçam a prática de tortura durante o regime militar — Rádio Senado
Direitos humanos

Senador quer acesso a áudios que reforçam a prática de tortura durante o regime militar

O presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH), senador Humberto Costa (PT-PE), quer que o Senado tenha acesso a áudios de reuniões do Supremo Tribunal Militar (STM) que reforçam prática de tortura durante o regime militar. O material, obtido pelo professor da UFRJ, Carlos Fico, foi revelado pela jornalista Miriam Leitão em sua coluna no jornal O Globo.

19/04/2022, 12h36 - ATUALIZADO EM 19/04/2022, 12h38
Duração de áudio: 01:54
Roque de Sá/Agência Senado

Transcrição
O PRESIDENTE DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS QUER QUE O SENADO TENHA ACESSO A ÁUDIOS DO SUPREMO TRIBUNAL MILITAR QUE REFORÇAM PRÁTICA DE TORTURA DURANTE O REGIME MILITAR. SÃO 10 MIL HORAS DE GRAVAÇÕES DAS DÉCADAS DE 70 E 80 OBTIDOS POR PESQUISADOR DA UFRJ COM AUTORIZAÇÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. REPÓRTER RODRIGO RESENDE. A jornalista Miriam Leitão divulgou áudios de sessões do Supremo Tribunal Militar das décadas de 70 e 80 que mostram denúncias de torturas durante o regime militar. O material está sendo analisado pelo professor e historiador da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Carlos Fico, que conseguiu acesso às gravações após decisão do Supremo Tribunal Federal. O presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado, Humberto Costa, do PT de Pernambuco, afirma que os áudios são elementos que reforçam as violações aos direitos humanos cometidas durante a ditadura. Obviamente a Comissão da Verdade já cumpriu um papel muito importante, no Brasil, de esclarecer muitos crimes, de esclarecer o desaparecimento de pessoas, de fazer chegar a verdade ao país, mas a confirmação de conhecimento por parte do STM de que ao menos havia denúncias da prática de torturas nos calabouços da ditadura militar nos traz esse assunto à tona e nos obriga a nos posicionar sobre isso. Humberto Costa quer que o Senado tenha acesso às gravações.  Estou apresentando à Comissão de Direitos Humanos um requerimento pedindo acesso a essas fitas e me dirigirei ao presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco, no sentido de que ele possa autorizar que o próprio Senado, por meio de sua assessoria, possa ouvir essas fitas. Se necessário, fazer algum tipo de perícia sobre elas, e, a partir daí, nós discutirmos o que cabe do ponto de vista jurídico localmente. De acordo com o professor Carlos Fico, são cerca de 10 mil horas de material gravado. Da Rádio Senado, Rodrigo Resende.

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