Queiroga diz que ainda vai analisar declaração de ineficácia da cloroquina para covid-19
Em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos (CDH), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que ele ainda analisará recomendações da Conitec e de um ex-secretário do Ministério em relação ao tema de ineficácia da cloroquina. Senadores como Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Fabiano Contarato (PT-ES) criticaram a demora na decisão. Queiroga afirmou ainda que o Ministério da Saúde não foi responsável pelo atraso de vacinação de crianças no país.
Transcrição
LOC: MINISTRO DA SAÚDE AFIRMA EM AUDIÊNCIA PÚBLICA DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS QUE AINDA TOMARÁ DECISÃO FINAL SOBRE RECOMENDAÇÃO DA CONITEC QUE APONTA INEFICÁCIA DA CLOROQUINA PARA COVID-19.
LOC: QUEIROGA AFIRMOU TAMBÉM QUE NÃO HOUVE ATRASO INTENCIONAL PARA INÍCIO DA VACINAÇÃO INFANTIL. REPÓRTER RODRIGO RESENDE.
Em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos o senador Randolfe Rodrigues, da Rede Sustentabilidade do Amapá, quis saber do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, do andamento da recomendação da Conitec, comitê do ministério, da ineficácia de cloroquina para covid-19 e a sua inclusão nos protocolos de tratamento.
Randolfe – Uma manifestação em relação ao que todo a comunidade científica já conhecia muito bem que era total ineficácia do kit covid. O vosso secretário de ciência e tecnologia doutor Hélio Angotti claramente rejeitou a decisão da Conitec.
Queiroga afirmou que a decisão do secretário ainda será analisada por ele, que dará a palavra final.
Queiroga 1 – Várias secretarias finalísticas no Ministério da Saúde, os secretários são autorizadores de despesa e eles respondem pelo que eles se manifestam, por isso que existe recurso ao ministro. E esse tema ele vai pouco impactar no enfrentamento à pandemia da covid-19, pra ser sincero com vossa excelência a essa altura do campeonato.
O senador Fabiano Contarato, do PT do Espírito Santo, criticou a demora na decisão.
Contarato – Qual é a razão de ser? eu sei que tem um prazo pra recurso, o senhor está dentro do prazo, que o senhor vai decidir, saúde pública é urgente. Nós estamos em jogo, nós estamos em jogo, é a vida humana. Olha, se eu tenho um prazo, por que que eu vou ser burocrata? Eu volto a falar no princípio constitucional da eficiência, está lá, não sou eu que estou dizendo.
Sobre vacinas para crianças, Queiroga afirmou que não houve atraso intencional do ministério na compra e aplicação dos imunizantes.
Queiroga 2 – No momento que a ANVISA autorizou a vacina, as vacinas foram solicitadas a Pfizer BioNTech. As vacinas não podem chegar antes da aprovação pela ANVISA. Isso fere a legislação sanitária. E as vacinas não estão disponíveis ali numa loja que eu vou ali e busque essas vacinas e comece a aplicar no outro dia.
Mas o senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, presidente da CDH, criticou atitudes do ministro que colocaram em dúvida a vacinação.
Humberto – Vossa excelência chegou a ir visitar uma família num caso que teria havido um acidente por utilização de vacina e depois ficou provado que aquela criança não sofreu qualquer problema decorrente da utilização da vacina e vossa excelência imagina que aquele gesto não teve peso pra que milhões de famílias no Brasil tivessem dúvida se deveriam vacinar ou não os seus filhos? Esse é o papel de um ministro da saúde?
Queiroga, no entanto, reafirmou a importância da vacinação infantil.
Queiroga – E que os pais levem os seus filhos para tomar as vacinas as vacinas elas foram aprovadas pela agência regulatória elas são vacinas seguras.
O ministro da saúde afirmou que mais de 70 por cento da população brasileira já tomou pelo menos duas doses da vacina contra a Covid-19. Da Rádio Senado, Rodrigo Resende.
