Vítimas de chuvas na região Serrana do Rio de Janeiro pedem agilidade na concessão de programas habitacionais — Rádio Senado
Chuvas

Vítimas de chuvas na região Serrana do Rio de Janeiro pedem agilidade na concessão de programas habitacionais

Vítimas das chuvas em Petrópolis em 2022 e também pessoas atingidas por enchentes e deslizamentos em anos anteriores na região Serrana do Rio de Janeiro cobraram agilidade na adoção de programas habitacionais. Senador Romário (PL-RJ) afirmou que é urgente a adoção de políticas públicas pelo munícipio, pelo estado e pelo governo federal.

24/03/2022, 16h39 - ATUALIZADO EM 24/03/2022, 16h55
Duração de áudio: 04:24
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Transcrição
LOC: A COMISSÃO QUE ACOMPANHA EFEITOS E MEDIDAS SOBRE AS FORTES CHUVAS QUE ATINGIRAM PETRÓPOLIS, NO RIO DE JANEIRO, OUVIU VÍTIMAS DA TRAGÉDIA DESTE ANO E DE OUTROS DESLIZAMENTOS E ENCHENTES NA REGIÃO. LOC: PREFEITO DE PETRÓPOLIS APONTA QUE PELO MENOS 15 MIL FAMÍLIAS AINDA CORREM RISCO NA CIDADE. REPÓRTER RODRIGO RESENDE. Em 2011 o casal Brás e Maria Luiza perdeu a casa que tinha em função das fortes chuvas que atingiram a região serrana do Rio de Janeiro. A promessa era que haveria um programa habitacional rápido para atender não só o casal mas outras famílias atingidas. Já anos depois, meio que sem esperança em algo efetivo, Brás e Maria Luíza foram chamados para ver o projeto da futura casa. Marcela –   E ele acabou de ver o projeto, os dois saíram dali felizes do canteiro que tinha ali, do canteiro do estado e a dona Maria Luiza tinha umas coisas que resolver no centro da cidade e falou com ele Brás: vamos resolver comigo? Ele respondeu pra ela “não, estou tão feliz que eu vou te esperar em casa”. Mas o que conta a sobrinha do Casal, Marcela Diniz, é que a tragédia das chuvas de 2011 foi ainda mais acentuada. Marcela – E ele chegou em casa eufórico com a casa que ele receberia. Quando ela chegou em casa, ela achou ele caído nos pés da cama morto. Ele enfartou e ele é meu tio. Ele enfartou e nunca recebeu a unidade habitacional dele. Hoje a minha tia já idosa, com um primo com problemas mentais. Ainda aguarda uma unidade habitacional, recebe um aluguel social de quatrocentos reais que já não paga mais um aluguel. Cláudia Renata foi vítima das chuvas de Petrópolis em 2011. Naquela época perdeu a moradia. Já em 2022, também pela chuva, perdeu pessoas. Cláudia – A Gisele Reis Bittencourt. Ela morreu no dia quinze e ela poderia estar viva nesse momento. Ela poderia estar no conjunto habitacional Vicenzo Rivetti. Eu como representante do movimento perdi duas pessoas que podiam estar em segurança. No Vicenzo Rivetti. Assim como vinte e quatro famílias também assistidas pelo movimento, vinte e quatro apartamentos não foram concluídos até hoje. Laura Fermiano, faz parte da comissão de vítimas de enchentes em Teresópolis, também na região Serrana do Rio. Ela cita o descaso muitas vezes no tratamento com as famílias que moram em área de risco. Laura – E é muito fácil você chegar pra uma mãe e dizer assim você tem vinte e quatro horas pra deixar a sua casa senão nós vamos levar o seu filho pra um abrigo. E onze anos depois, onze anos depois, ninguém onze anos depois, absolutamente ninguém veio saber aonde eu coloquei meu filho. Ações para essas famílias são urgentes, como destaca a senadora Leila Barros, do Distrito Federal. Leila –   E tem uma frase aqui da Laura que foi muito interessante. Que ninguém constrói e a gente já sabe, casa em região de risco porque querem. Elas estão ali porque elas não tem condições. Então quando nós falamos de seis mil unidades pra serem construídas ou a necessidade de seis mil unidades a serem construídas. Isso quer dizer que é histórico. O senador Romário, do PL do Rio de Janeiro, presidente da Comissão que acompanha ações e medidas em função das fortes chuvas em Petrópolis, afirma que aquelas mulheres representam as pessoas que perderam quase tudo nas últimas décadas por causa da chuva e da falta de planejamento estatal. Romário – Porque vocês definitivamente são a voz das pessoas que estão sofrendo, das pessoas que precisam definitivamente e urgentemente da ajuda do poder público tanto municipal, estadual como federal. O prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, do PSB, ressalta que o número de famílias em áreas de risco na cidade só aumenta. Bontempo –  Mais de quinze mil famílias que vivem em áreas de risco da nossa cidade. Mais de quinze mil famílias. É um número que não podemos esquecer. É um número que não podemos ignorar. E eu tenho certeza que depois dessa chuva novas áreas que não eram de alto risco passam também a ser áreas de risco. Bomtempo afirmou que no caso da última tragédia, do Morro da Oficina, o governo federal também deve se pronunciar já que a área do morro é de responsabilidade federal. O prefeito ainda rebateu críticas da não distribuição de cestas básicas doadas pelo governo federal argumentando que a cidade de Petrópolis recebeu muitas doações e que, assim, as cestas do governo podem ser redirecionadas para outras localidades. Da Rádio Senado, Rodrigo Resende.

Ao vivo
00:0000:00