Dida, Erno e Orlando: olhos e lentes que revelaram a história do Brasil
O Brasil perdeu nas últimas semanas três profissionais do fotojornalismo: Dida Sampaio, Erno Schneider e Orlando Brito, que foram premiados diversas vezes com fotos de episódios importantes da história nacional.
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Transcrição
NAS ÚLTIMAS SEMANAS, O BRASIL PERDEU TRÊS PROFISSIONAIS DO FOTOJORNALISMO, QUE MARCARAM A HISTÓRIA DA IMPRENSA BRASILEIRA: DIDA SAMPAIO, ERNO SCHNEIDER E ORLANDO BRITO. REPÓRTER RODRIGO RESENDE.
Leonardo Sá, coordenador de fotografia da Agência Senado, percebeu, no dia 09 de março, na cobertura do Ato pela Terra com a participação de artistas no Congresso Nacional, que o clima entre os colegas fotojornalistas não estava legal.
Leonardo - O clima já era bem esse, todo mundo meio pesaroso porque o Orlando Brito já vinha internado a bastante tempo, com dificuldades, não só de saúde, mas financeira, ficou um pouco melancólico ver o trajeto de um profissional igual a esse e a vida dele acabar assim, ele estava meio triste por questões pessoais, aí vem a saúde e tira ele da gente, a falta da saúde no caso. Aí o clima em geral estava bem de tristeza mesmo pela partida do Dida que não vinha mais com a gente e agora o Orlando Brito.
Em 26 de fevereiro, morreu Dida Sampaio, aos 53 anos, um dos profissionais do fotojornalismo mais premiados da história, com prêmios Esso e Vladimir Herzog. Leonardo Sá destacou que Dida era conhecido por sua gentileza e disponibilidade.
Leonardo – O Dida, por exemplo, super referência, super educado, super atencioso, um cara que você vê que ele carregava com ele aquele noção que sabia o que estava fazendo, e ele estava sempre disposto a te auxiliar, a te orientar. Esse tipo de profissional que a gente gostaria que tivesse mais, que infelizmente partiu.
Dias depois, em 08 de março, foi anunciada a morte de outro profissional do fotojornalismo. Erno Schneider fez a icônica imagem em 1961 de Jânio Quadros, então presidente da República, com os pés tortos, aparentando um descontrole de situação tempos antes de sua renúncia. A imagem, vencedora do prêmio Esso, virou uma marca, como comentou Leonardo Sá.
Leonardo – Sim, histórica e a gente às vezes acontece muito da pessoa que não é da área ela não conhece o fotógrafo por nome mas as imagens desse fotógrafo ou de qualquer outro são recorrentes no imaginário dela, por isso, pela força da imagem. Então é essa mesmo aí que você citou uma imagem bem emblemática a gente já fez até imagens parecidas na nossa cobertura no Congresso, uma vez só pra contar rapidinho, uma audiência pública com o ministro da educação ele fazendo uma apresentação na sala da comissão e ele ficou com aquela postura bem que remetia a essa foto.
Em 11 de março, a terceira triste partida. Orlando Brito, histórico fotojornalista morreu aos 72 anos, por falência múltipla de órgãos. Leonardo Sá lembra que Brito, profissional desde 1964, é considerado um dos maiores de todos os tempos.
Leonardo – Ele a gente chama de papa do fotojornalismo aqui por isso, porque ele tem todo esse trajeto e ele já acompanhou muitos governos, muitos acontecimentos aqui na capital e fora, e sempre um cara assim como o Dida, super generoso, super educado, O bacana pra gente da minha geração, que chegou bem depois da dele no caso, é que era um cara super disposto a compartilhar, a ensinar.
O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, afirmou nas redes sociais que Orlando Brito, mineiro de Janaúba, tinha um “olhar único” e era uma referência no fotojornalismo brasileiro. Da Rádio Senado, Rodrigo Resende.