Senadoras condenam guerra na Ucrânia e declarações machistas sobre as refugiadas — Rádio Senado
Sessão solene

Senadoras condenam guerra na Ucrânia e declarações machistas sobre as refugiadas

Senadoras condenaram, em sessão solene pelo Dia da Mulher, que em um momento que deveria ser para mitigar os impactos sociais da pandemia, o mundo esteja envolvido em uma guerra. Elas alertaram que em crises como o conflito e a pandemia, as mulheres são mais afetadas pelo desemprego e pela violência, e condenaram falas machistas de um deputado estadual paulista que viajou ao país sob o pretexto de prestar ajuda humanitária. A líder da bancada feminina, Eliziane Gama (Cidadania-MA) denunciou retrocessos nos direitos das mulheres, como a redução do dinheiro destinado para combater a violência doméstica.

08/03/2022, 15h03 - ATUALIZADO EM 08/03/2022, 15h04
Duração de áudio: 02:35
Edilson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
SENADORAS CONDENARAM, EM SESSÃO SOLENE PELO DIA DA MULHER, A GUERRA DA UCRÂNIA E DECLARAÇÕES MACHISTAS SOBRE AS REFUGIADAS. AS PARLAMENTARES ALERTAM QUE EM CRISES COMO O CONFLITO E A PANDEMIA, AS MULHERES SÃO MAIS AFETADAS PELO DESEMPREGO E PELA VIOLÊNCIA. REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO. As senadoras lamentaram que em um momento que deveria ser de reconstrução, para mitigar os impactos sociais da pandemia, o mundo esteja envolvido em uma guerra movida pela cobiça e pelo poder. E destacaram que quem mais sofre nessas crises são as mulheres, que são mais afetadas do que os homens pelo desemprego, pela violência e pela discriminação. Simone Tebet, do MDB de Mato Grosso do Sul, citou como exemplo as famílias que fogem da invasão russa na Ucrânia, e condenou falas machistas de um deputado estadual paulista que viajou ao país sob pretexto de prestar ajuda humanitária. Enquanto assistimos, ainda chocados, perplexos,ao êxodo das famílias ucranianas que têm que deixar o seu lar, especialmente as mulheres, as mães, as avós, com filhos no braço. Quando nós ainda estamos diante de tentar traduzir o que o Ministro das Relações Exteriores da Ucrânia quis dizer, na língua dele, que há denúncias gravíssimas de mulheres ucranianas sendo violentadas, estupradas por soldados russos, eis que não precisamos de tradução para entender a fala de um Deputado que, na língua pátria, em português, diz que as mulheres ucranianas pobres são fáceis. A bancada feminina do Senado apresentou uma nota de repúdio ao parlamentar e decidiu não mencionar o nome para não promovê-lo em um episódio que classificam como uma vergonha internacional, explicou Leila Barros. Foi desumano e repugnante episódio envolvendo o Deputado Estadual – não vou citar o nome, que não devemos realmente propagar esse nome nem dar muito ibope a esse nome, em pleno mês internacional da mulher. O machismo e a falta de empatia que ele demonstrou com as mulheres de uma nação que está enfrentando o sofrimento de uma guerra desonram e envergonham este país perante o mundo. Por isso, em nome da população brasileira, em nome deste Congresso Nacional, eu apresento as minhas sinceras desculpas às mulheres ucranianas. A líder da bancada feminina, Eliziane Gama, do Cidadania do Maranhão, denunciou retrocessos nos direitos das mulheres, como a redução do dinheiro destinado para combater a violência doméstica. Em 2020, nós tínhamos R$132 milhões para o combate à violência contra a mulher. Em 2021, esse orçamento caiu para R$61 milhões; em 2022, esse orçamento caiu ainda mais para R$43 milhões. Eu não posso pensar que a mulher é prioridade sem eu assegurar na peça orçamentária a prioridade dessas mulheres. Eliziane Gama destacou ainda que a participação política das mulheres é muito baixa e que estudos apontam que, sem mudanças na legislação, a isonomia só será alcançada em 120 anos. Exemplo disso é que há comissões no Congresso em que não há nenhuma mulher e que, se a liderança não tivesse sido criada, a CPI da Pandemia não teria tido nenhuma representante feminina. Da Rádio Senado, Roberto Fragoso.

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