97% dos municípios implementaram a Base Nacional Comum Curricular — Rádio Senado

97% dos municípios implementaram a Base Nacional Comum Curricular

A implementação da Base Nacional Comum Curricular nas escolas está avançada, apesar da pandemia. O tema foi discutido em audiência pública na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), por iniciativa dos senadores Marcelo Castro (MDB-PI), presidente do colegiado, e Leila Barros (Cidadania-DF). Participaram do debate representantes do Ministério da Educação, do Conselho Nacional de Educação, da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, do Movimento Pela Base, da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação e da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo.

24/02/2022, 18h05 - ATUALIZADO EM 24/02/2022, 18h23
Duração de áudio: 03:06
Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
A IMPLEMENTAÇÃO DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR NAS ESCOLAS BRASILEIRAS FOI PREJUDICADA PELA PANDEMIA, MAS ESTÁ AVANÇADA. O ASSUNTO FOI DISCUTIDO EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE EDUCAÇÃO. REPORTAGEM DE IARA FARIAS BORGES. Segundo a presidente do Conselho Nacional de Educação, Maria Helena de Castro, a pandemia prejudicou a implementação da BNCC, Base Nacional Comum Curricular, e trouxe à luz as desigualdades entre os alunos em aula remota. Para ela, agora é preciso monitorar esses prejuízos, que devem servir de bússola para indicar problemas e apontar soluções. Apesar das perdas, 97% das escolas do país já implementaram currículos alinhados à BNCC, informou a representante do Ministério da Educação, Maria Luciana Nóbrega. Entre os desafios do governo está auxiliar, com apoio técnico e recursos, os 157 municípios que ainda não adequaram os currículos. Ela ressaltou que a BNCC não tem o objetivo de padronizar a educação brasileira.  A BNCC é a base, justamente para que as redes possam ter toda a liberdade de incluir as suas especificidades, as suas contextualizações, a sua realidade local para que a escola se veja no currículo. Então, a BNCC tem esse papel de garantir que as aprendizagens, as competências, as habilidades sejam construídas a partir das necessidades reais dos estudantes. O representante da Undime, União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, Marcelo da Costa, defende avaliação pós-pandemia em cada estado sobre a implementação da Base Comum. A Base vai estar implementada de verdade no dia que nós não conversarmos mais sobre ela. No dia que o professor levantar e for dar aula, quer dizer que a BNCC foi para o dia a dia, está acontecendo no dia a dia. Ao esclarecer que defende a BNCC, o professor da Faculdade de Educação da USP, Universidade de São Paulo, Ocimar Alavarse, disse que, na condição de pesquisador, considera uma falácia que as desigualdades da educação são decorrentes de problemas curriculares.   Nós podemos estar incorrendo numa ilusão curricular, como se a definição de um currículo fosse amenizar ou extirpar, eliminar ou atenuar essas tais desigualdades. Não! Não podemos padecer desta ilusão. Ao citar que diversos projetos sobre a BNCC estão em discussão no Congresso Nacional, o presidente da Comissão de Educação, Marcelo Castro, do MDB do Piauí, defendeu mais discussão do assunto para deliberar sobre as propostas. É um tema muito importante para a educação brasileira e nós precisamos cada vez mais aprofundar porque é a base da educação de qualquer país. Se a pessoa salta etapas e não tem uma base sólida, evidentemente que tudo que vier à frente encontrará mais dificuldades. Também participaram do debate Alice Ribeiro, diretora do Movimento pela Base, e Hugo Costa, da ANPEd, Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação. A versão final da BNCC está disponível no site do Ministério da Educação: basenacionalcomum.mec.gov.br. Da Rádio Senado, Iara Farias Borges.

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