Direção da CPI da Pandemia acusa Aras de protelar investigações contra governo — Rádio Senado
CPI da Pandemia

Direção da CPI da Pandemia acusa Aras de protelar investigações contra governo

A direção da CPI da Pandemia acusou o procurador-geral da República, Augusto Aras, de blindar o presidente Bolsonaro, ao não abrir nenhum inquérito sobre eventuais responsabilidades na condução da crise sanitária. O vice-presidente da Comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), citou que as Procuradorias da República em São Paulo e no Distrito Federal já estão com ações penais com base na documentação da CPI. Já Marcos Rogério (PL-RO) apontou fragilidades no relatório da CPI para justificar a conduta da Procuradoria-Geral da República.

23/02/2022, 21h20 - ATUALIZADO EM 23/02/2022, 21h20
Duração de áudio: 02:38
Marcos Oliveira/Agência Senado

Transcrição
DIREÇÃO DA CPI DA PANDEMIA CONTRADIZ PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA AO DETALHAR ENVIO DE DOCUMENTOS E COBRAR ABERTURA DE INQUÉRITO. ALIADOS DO GOVERNO ALEGAM QUE AS PROVAS CONTRA O PRESIDENTE E MINISTROS SÃO FRÁGEIS E NÃO SUSTENTAM AÇÕES JUDICIAIS. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. O presidente da CPI da Pandemia, Omar Aziz, do PSD do Amazonas; o vice-presidente, Randolfe Rodrigues, da Rede Sustentabilidade do Amapá; e o relator, Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, acusaram o procurador-geral da República, Augusto Aras, de blindar o presidente Jair Bolsonaro. Eles argumentam que os pedidos de indiciamento e as provas contra autoridades foram entregues ao Ministério Público Federal no dia 27 de outubro e que todo o material foi reenviado mais duas vezes detalhando as condutas e relacionando as provas obtidas nos depoimentos e documentos. Randolfe Rodrigues declarou que as Procuradorias da República no Distrito Federal e em São Paulo já abriram inquérito e ações penais com base na documentação entregue pela própria CPI. Para ele, Augusto Aras está adotando manobras legais para não investigar o presidente Bolsonaro, ministros e deputados citados no relatório final da CPI.   Pela terceira vez nós reencaminhamos as provas agora com devido detalhamento. Não encontramos razão para a procuradoria-geral da República se manter inerte. Cabe à procuradoria-geral da República três encaminhamentos: um - pedir inquérito e em seguida ação penal, dois - pedir novas diligências e três – arquivar tudo. O que não pode da parte da Procuradoria-Geral da República, do doutor Aras, é embromar, ficar ganhando tempo, não dar satisfação. O senador Marcos Rogério, do PL de Rondônia, negou blindagem do procurador-geral da República ao presidente Bolsonaro ao apontar falhas da própria CPI. A CPI deixou de cumprir o seu papel, que seria o de fazer uma investigação séria, obedecendo às regras processuais e produziu um relatório manco, um relatório fraco sem consistência jurídica. E agora quer impor ao procurador-geral da República que ofereça a denúncia em cima de um inquérito nulo, de um inquérito que não é lastreado em provas e evidências. Isso é um absurdo. A CPI esperneia cima do seu fracasso. A direção da CPI da Pandemia, que encerrou as investigações em outubro do ano passado, não descarta convidar novamente o procurador-geral da República para detalhar no Plenário o andamento dos pedidos de investigação feitos pela comissão. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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