Servidores da Anvisa sofreram pelo menos 458 ameaças após aprovação de vacinas de covid para crianças
O Diretor da Anvisa, Antônio Barra Torres, destacou aumento de ameaças aos servidores da agência após aprovação de vacinas contra a Covid-19 para crianças. Senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) destacou que o presidente da República, Jair Bolsonaro, pediu a lista de servidores da Anvisa após a aprovação do imunizante. Barra Torres ainda afirmou que a agência não endossou qualquer nota do Ministério da Saúde sobre hidroxicloroquina.
Transcrição
LOC: DIRETOR DA ANVISA DESTACA AUMENTO DE AMEAÇAS AOS SERVIDORES DA AGÊNCIA APÓS APROVAÇÃO DE VACINAS PARA CRIANÇAS.
LOC: SENADOR RANDOLFE RODRIGUES DESTACOU QUE PRESIDENTE DA REPÚBLICA PEDIU LISTA DE SERVIDORES DA ANVISA DEPOIS DA AUTORIZAÇÃO PARA A IMUNIZAÇÃO INFANTIL. REPÓRTER RODRIGO RESENDE.
(Rodrigo) Antônio Barra Torres, diretor-presidente da Agência de Vigilância Sanitária, ANVISA, afirmou que desde a aprovação da vacina contra a covid-19 para crianças aumentaram as ameaças a servidores da Agência. Foram pelo menos 458 ameaças até 14 de fevereiro. O senador Randolfe Rodrigues, da Rede Sustentabilidade do Amapá, lembrou que no dia da aprovação da vacina o presidente da república Jair Bolsonaro pediu a lista de servidores da Anvisa que teriam sido responsáveis pela aprovação. Randolfe quis saber de Barra Torres como está o clima na Agência entre os servidores.
Randolfe – O senhor poderia dizer que, no ambiente da Anvisa hoje, existe um ambiente de medo, pressão, insegurança, tensão? - Barra Torres – Insegurança e uma tensão desnecessária. Não precisava haver isso, pelo óbvio: o trabalho já é por demais desgastante e seria só o inimigo, assim vamos dizer, natural a ser vencido. Esse outro que se somou agora, que é a preocupação com a própria segurança, é totalmente descabido e desnecessário, mas, infelizmente, ele está lá. Esse ambiente é um ambiente de insegurança, sim, senhor.
Barra Torres ainda afirmou em audiência na Comissão de Direitos Humanos que a ANVISA não endossou qualquer nota do Ministério da Saúde sobre hidroxicloroquina.
Barra Torres – a hidroxicloroquina, possui uma coluna dizendo – possuía, correção –, na versão número um da citada nota, quanto a haver a demonstração de efetividade em estudos controlados e randomizados para a covid-19, com que absolutamente a Anvisa não concorda. Na mesma coluna, quanto a existir a demonstração de efetividade em estudos controlados e randomizados, há uma afirmação de que não há para vacinas, com que a Anvisa também não concorda.
O diretor-presidente da ANVISA destacou que as ameaças sofridas pelos servidores foram enviadas para investigação da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal. Da Rádio Senado, Rodrigo Resende.
