CDH debate violência contra migrantes e refugiados no Brasil — Rádio Senado
Audiência pública

CDH debate violência contra migrantes e refugiados no Brasil

A Comissão de Direitos Humanos debateu a violência contra migrantes e refugiados no Brasil. O assassinato do congolês Moïse Kabagambe, no Rio de Janeiro, chamou a atenção dos senadores para o aumento do número de ataques contra negros no país. Representante do Ministério Público prometeu punição para responsáveis pelo crime.

08/02/2022, 13h08 - ATUALIZADO EM 08/02/2022, 13h09
Duração de áudio: 02:32
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DEBATEU A VIOLÊNCIA CONTRA MIGRANTES E REFUGIADOS NO BRASIL. O ASSASSINATO DO CONGOLÊS MOÏSE KABAGAMBE, OCORRIDO NO RIO DE JANEIRO, CHAMA A ATENÇÃO DOS SENADORES PARA O AUMENTO DO NÚMERO DE ATAQUES CONTRA NEGROS. REPÓRTER RAQUEL TEIXEIRA. O refugiado congolês Moïse Kabagambe morava no Brasil há 13 anos e trabalhava em um quiosque na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. No último dia 24, ao cobrar o pagamento de dois dias de serviço, ele foi espancado até a morte e amarrado a uma escada. Em nome da família e da comunidade congolesa no país, o irmão de Moïse, Djodjo Kabagambe, pediu justiça. A gente, família, estamos pedindo mais é justiça por nosso irmão. E a gente está pedindo ajuda de todos, principalmente da polícia, que queremos todos presos, todas as pessoas que fizeram isso com nosso irmão. A vereadora carioca, Tainá de Paula, defendeu os direitos dos negros e disse que esse tipo de crime não pode ser banalizado. Nós somos a segunda maior cidade em população negra fora da África. E nós não podemos banalizar um crime bárbaro que acontece numa cidade berço de processos migratórios ao longo dos últimos 4 séculos de Brasil. Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Humberto Costa, do PT de Pernambuco, o país, que já foi sinônimo de acolhimento, agora é marcado pelo preconceito. O país que por longos anos foi sinônimo de acolhimento, hoje é palco de recorrentes ações de violência contra imigrantes, sobretudo os negros, os quais se deparam com uma sociedade ainda marcada pelo racismo, pela xenofobia, pela intolerância religiosa e cultural. O presidente da Comissão Mista Permanente sobre Migrações Internacionais e Refugiados, Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, lembrou as mortes de outros negros causadas por racismo e xenofobia. Nós temos uma sociedade que caminha para a desumanização. Olha o caso do Durval Teófilo Filho, 38 anos, trabalhador negro, pai de família, foi morto a tiros na semana passada ao chegar em casa em São Gonçalo, por um vizinho que o confundiu com um bandido. José Carlos Dias, da Comissão Arns de Direitos Humanos, alertou que a omissão e a negligência do estado refletem o posicionamento racista do governo. Já o procurador do trabalho, Lucas Fernandes, anunciou que o Ministério Público dará uma resposta rápida à sociedade sobre o caso. Na próxima semana, um grupo de parlamentares vai fazer uma visita ao Rio de Janeiro para cobrar das autoridades responsáveis rapidez na investigação e punição pelo crime. Da Rádio Senado, Raquel Teixeira.

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