Comissão de Educação debate agenda estratégica para próximos anos
A Subcomissão de Educação na Pandemia debateu uma agenda estratégica para recuperar as perdas ocorridas na área durante a crise sanitária. Os especialistas que participaram da audiência pública apontaram que o País precisará garantir um padrão mínimo de qualidade do ensino e aumentar os recursos para alimentação escolar nos próximos anos. O colegiado decidiu prorrogar os trabalhos até o fim de 2022 para acompanhar a implementação das sugestões apresentadas.
Transcrição
PARA RECUPERAR AS PERDAS EDUCACIONAIS OCORRIDAS DURANTE A CRISE SANITÁRIA, O PAÍS PRECISA AUMENTAR OS RECURSOS DO SETOR, AFIRMARAM ESPECIALISTAS EM DEBATE NA SUBCOMISSÃO SOBRE O ENSINO NA PANDEMIA.
O COLEGIADO DECIDIU PRORROGAR OS TRABALHOS ATÉ O FIM DE 2022 PARA ACOMPANHAR A IMPLEMENTAÇÃO DAS SUGESTÕES APRESENTADAS. REPÓRTER RAQUEL TEIXEIRA.
O Brasil precisará nos próximos anos aumentar os investimentos na alimentação e no transporte escolar, e na implantação do padrão mínimo de qualidade do ensino previsto no Plano Nacional de Educação. Nalú Farenzena, presidente da Associação Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educação, lembrou que o sistema público oferece quase 39 milhões de matrículas por ano e atinge 80% dos estudantes do País em 140 mil escolas. Ela afirmou ainda que a pandemia impôs uma reformulação temporária na estrutura do ensino, mas que a mudança não alcançou todos os alunos.
Sabemos da histórica desigualdade social e educacional no Brasil que é desfavorável aos pobres, aos negros, aos indígenas, aos migrantes, aos moradores de áreas rurais, e são justamente esses segmentos os mais afetados durante a pandemia. A estratificação de oportunidades educacionais no Brasil é muito associada aos níveis de renda.
O diretor do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Herton Araújo, apontou que a mudança na rotina de aprendizado provocou traumas nas crianças e nos professores. Ele destacou a necessidade de garantir suporte psicológico e tecnológico nas escolas para apoiar eventuais novas interrupções no ensino presencial.
Os alunos, com essa interrupção, eles vão voltar traumatizados porque eles tinham o costume, eles iam para aula todo dia e de repente isso foi cortado, eles passaram a ficar em casa. Então, para gente poder retomar a aprendizado, eu acho que as escolas têm que contratar psicólogos porque mudou muito radicalmente o dia-a-dia, aumentaram muito os problemas mentais.
O senador Flávio Arns, do Podemos do Paraná, explicou que durante todo o ano que vem a subcomissão vai continuar funcionando, para acompanhar a implementação das iniciativas propostas pelos especialistas que participaram dos debates.
Essa subcomissão no ano que vem se dedicará bastante para o acompanhamento de implementação de ações decorrentes dessas audiências públicas, tanto que a duração dessa subcomissão foi prorrogada até o final do ano que vem.
Esta foi a oitava audiência pública para avaliar os impactos da pandemia no ensino básico e discutir ações estratégicas para os próximos anos, com o objetivo de garantir a recuperação de perdas no setor. Da Rádio Senado, Raquel Teixeira.