CDH debate combate à violência contra a mulher — Rádio Senado
Audiência pública

CDH debate combate à violência contra a mulher

A Comissão de Direitos Humanos reuniu representantes da ONU, do Ministério Público e da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres em debate sobre o combate à violência de gênero. A audiência pública fez parte da Campanha Mundial dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher, com o objetivo de divulgar e multiplicar boas práticas para a construção de uma sociedade mais justa para todos.

06/12/2021, 13h10 - ATUALIZADO EM 06/12/2021, 13h11
Duração de áudio: 03:14
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Transcrição
A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS REUNIU REPRESENTANTES DA ONU, DO MINISTÉRIO PÚBLICO E DA SECRETARIA NACIONAL DE POLÍTICAS PARA A MULHERES EM DEBATE SOBRE COMBATE À VIOLÊNCIA DE GÊNERO. A AUDIÊNCIA PÚBLICA FAZ PARTE DA CAMPANHA MUNDIAL DOS 16 DIAS DE ATIVISMO PELO FIM DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E TEM O OBJETIVO DE DIVULGAR E MULTIPLICAR BOAS PRÁTICAS PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA SOCIEDADE MAIS JUSTA PARA TODOS. REPÓRTER RAQUEL TEIXEIRA. Uma pesquisa do Instituto DataSenado revelou que 86% das mulheres brasileiras perceberam um aumento da violência contra o sexo feminino durante o último ano. Essa percepção cresceu 4% desde a edição anterior do levantamento, em 2019. Mais da metade das entrevistadas afirmaram que conhecem alguma vítima de violência doméstica, 27% delas já sofreram agressão e 18% disseram que convivem com o agressor. O estudo ouviu 3 mil pessoas entre 14 de outubro e 5 de novembro. Para 71 % das participantes, o Brasil é um país muito machista. E 75% delas apontaram que o medo leva a mulher a não denunciar o culpado. Para enfrentar o problema e incentivar a igualdade de gênero, especialistas do Ministério Público, da Secretaria de Políticas para Mulheres e até da Organização das Nações Unidas defenderam a importância da oportunidade de emprego e da independência financeira como forma de permitir que a mulher saia da situação de abuso. Como exemplo de boa prática de recursos humanos, a diretora geral do Senado, Ilana Trombka, contou que o órgão criou em 2016 uma cota para reservar 2% das vagas de serviços terceirizados para mulheres vítimas de violência. Nos últimos cinco anos os contratos de terceirização de mão de obra do Senado Federal quando licitados tem uma cláusula que obriga que 2% daquelas vagas sejam reservadas para essas mulheres. Por meio de um acordo de cooperação técnica com o governo do Distrito Federal a empresa que se sagra vencedora do certame tem acesso aos currículos que podem preencher essas vagas. Hoje são 34 mulheres. Outros destaques de ações positivas foram a criação de programa de proteção para trabalhadoras que sofrem discriminação de gênero, do Cadastro Nacional de Condenados por Crime de Feminicídio, e a capacitação de equipes policiais que recebem as denúncias para fornecer acolhimento e encaminhamento correto das vítimas. Para a senadora Leila Barros, do Cidadania do Distrito Federal, é preciso divulgar e multiplicar esses esforços pela mudança das estatísticas brasileiras. As boas práticas tem que ser conhecidas e comunicadas o mais amplamente possível para serem imitadas e servirem de estímulo à inovação. E onde estão as boas práticas? Elas estão onde está o nosso coração, a nossa empatia, a nossa capacidade de pensar no serviço que prestamos uns aos outros em sociedade. A audiência pública na Comissão de Direito Humanos fez parte da Campanha Mundial dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher e promoveu também o movimento internacional He for She, que convoca toda a sociedade a se comprometer pela causa feminina. Da Rádio Senado, Raquel Teixeira.

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