Comissão pede esclarecimentos sobre demissões no INEP
A Comissão Senado do Futuro ouviu esclarecimentos do governo e da Associação de Servidores sobre demissão coletiva no Inep e possíveis prejuízos para aplicação do Enem. Funcionários alegaram interferências técnicas no exame. Inep descartou problemas de gestão.
Transcrição
COMISSÃO PEDIU ESCLARECIMENTOS AO GOVERNO SOBRE DEMISSÃO COLETIVA DE FUNCIONÁRIOS DO INEP E POSSÍVEIS PREJUÍZOS PARA APLICAÇÃO DO ENEM.
ASSOCIAÇÃO DE SERVIDORES ALEGOU INTERFERÊNCIAS TÉCNICAS NO EXAME. INEP DESCARTOU PROBLEMAS DE GESTÃO. REPÓRTER RAQUEL TEIXEIRA.
O representante da Associação dos servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, Alexandre Retamal, reclamou de falta de autonomia técnica e administrativa no Inep.
Nós não podemos permitir que se destrua o termômetro da educação brasileira. Nós vivemos hoje em dia dentro do Inep um clima de desconfiança, um clima de insegurança, um clima de insatisfação generalizada com a atual gestão, onde os servidores se sentem desprestigiados, desconsiderados em suas opiniões técnicas.
Já o presidente do Inep, Danilo Ribeiro, afirmou que não há problemas de gestão e garantiu que o Exame Nacional do Nível Médio, Enem, não será prejudicado pela demissão de funcionários.
Primeiramente, quero garantir que o Enem 2021 será realizado normalmente. Não há qualquer risco em relação às aplicações. Estamos preparados, em contato com todas as aplicadoras, com a Polícia Federal, para quaisquer eventualidades.
O presidente da Comissão de Educação, Marcelo Castro, do MDB do Piauí, destacou que é preciso investigar o caso.
Foram 37 servidores de carreira, todos de uma vez, pediram exoneração de suas funções. Algo de muito estranho deve estar acontecendo no Inep. Não é uma coisa normal. Isso precisa uma averiguação.
E o presidente da Comissão Senado do Futuro, Izalci Lucas, do PSDB do Distrito Federal, questionou a postura do presidente da República em relação à suposta interferência no conteúdo das provas.
Em entrevista à imprensa alguns servidores relataram tentativa de interferência no conteúdo das provas para não desagradar o Palácio do Planalto e, para piorar, o presidente da República, diante desses fatos fez a declaração absurda de que o Enem começa a ter a cara do governo, revelando desconhecer a diferença entre política de governo e de estado.
Recentemente, 37 funcionários do Inep pediram demissão coletiva, alegando fragilidade técnica e administrativa na gestão do instituto, gerando preocupação sobre a realização do Enem, nos dias 21 e 28 de novembro com mais de 3 milhões de inscritos. Da Rádio Senado, Raquel Teixeira.