Alunos que saíram da escola precisam ser resgatados urgentemente, aponta debate

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LÍDERES ESTUDANTIS PEDEM PLANO NACIONAL PELA EDUCAÇÃO E OPERAÇÃO DE RESGATE DE ALUNOS QUE ABANDONARAM A ESCOLA E A UNIVERSIDADE. OS REPRESENTANTES DOS ALUNOS FORAM OUVIDOS NESTA SEGUNDA-FEIRA PELA SUBCOMISSÃO TEMPORÁRIA DA EDUCAÇÃO NA PANDEMIA. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA A subcomissão temporária da educação na pandemia ouviu representantes dos alunos sobre formas de minimizar os impactos da covid-19 no ensino nos próximos anos. Rozana Barroso, da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, pediu a derrubada do veto presidencial ao projeto que distribui absorventes em escolas públicas. A medida é uma forma de incentivar que pessoas em situação de vulnerabilidade não faltem à escola durante o período menstrual. Rozana defendeu, ainda, que haja uma agenda nacional para diminuir a evasão escolar. Nesse momento difícil nós vamos precisar de uma operação resgate. Uma busca ativa desses estudantes. É preciso de um plano nacional. É preciso pensar como a gente vai pegar aquele jovem estudante secundarista que está no sinal vendendo bala para ajudar a mãe e desistiu de acessar a educação, desistiu de estudar. É preciso pegar aquele jovem que, assim como eu sonha em ser o primeiro da família na universidade, e não vai mais fazer o Enem, porque desistiu de entrar na Universidade. Rozana ressaltou, ainda, que a última edição do Exame Nacional do Ensino Médio teve uma redução de 50% na inscrição de  alunos negros e indígenas, prejudicando a diversidade e a inclusão no ensino superior. Segundo o Banco Mundial, subiu 12% o número de estudantes fora da escola em 2020. Para o presidente da subcomissão, senador Flávio Arns, do Podemos do Paraná, é fundamental fazer um trabalho de resgatar esses alunos. Arns louvou iniciativas em que os próprios alunos estão se encarregando de trazer os colegas de volta à sala de aula. Os próprios estudantes, secundaristas, criando grupos de WhatsApp e eles próprios ajudando a ir atrás de quem, por uma razão ou outra, deixou a escola. É claro que o diretor tem que fazer isso, o pedagogo, os professores, a sociedade tem que fazer isso. Durante a audiência, Charles Gonçalves, da União Nacional dos Estudantes, defendeu que a recomposição do Orçamento da Educação seja feita com base em 2019, e não em 2020 por se tratar de um ano pandêmico, onde os gastos foram menores. Charles também reforçou a importância da aprovação do PLN 17 de 2021, que garante 43 milhões de reais para bolsas de estudo da educação básica, referentes aos programas Pibid e Parfor. Para a UNE, também é preciso conceder perdão às dívidas do FIES, já que a pandemia aumentou as dificuldades para que um milhão de estudantes quitem seus débitos. A subcomissão temporária da educação na pandemia ouve semanalmente dois debatedores sobre o atual cenário da educação e formas de minimizar o impacto nos próximos anos.