Luciano Hang nega participação em gabinete paralelo, mas admite propaganda de cloroquina

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EMPRESÁRIO NEGA PARTICIPAÇÃO NO GABINETE PARALELO E NA DISSEMINAÇÃO DE NOTÍCIAS FALSAS, INCLUSIVE SOBRE A PANDEMIA. OPOSIÇÃO CITA PROVAS DE CRIMES CONTRA LUCIANO HANG. JÁ GOVERNISTAS ALEGAM PERSEGUIÇÃO POLÍTICA AO INVESTIGADO.  REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. O empresário Luciano Hang disse que não pediu um habeas corpus por não ter feito nada de errado. Alegou perseguição por ser um ativista político e falar o que pensa. Luciano Hang negou participar do chamado gabinete paralelo e financiar a disseminação de fake News. Mas revelou que a empresa gastou mais de R$ 200 milhões com propaganda na internet e que não escolhe os sites que vai impulsionar. Ele declarou, no entanto, que não patrocinou o blogueiro Allan dos Santos, investigado pelo Supremo Tribunal Federal. Luciano Hang admitiu fazer os tratamentos considerados sem eficácia e divulgá-los nas redes sociais. Disse inclusive que a mãe, Regina Hang, que faleceu vítima de covid, foi submetida às mesmas terapias em casa e na Prevent Senior. O empresário negou mudança na certidão de óbito da mãe ao afirmar que houve um erro do médico plantonista, mas que a certidão consta pós-covid. Luciano Hang confirmou a tentativa de compra de vacinas para doar metade ao SUS e o restante para a imunização de funcionários como uma maneira de proteger a economia e evitar lockdown. E revelou não ter sido imunizado por recomendação médica. Apesar de ter encontros com o presidente Bolsonaro, declarou que não discutiu aspectos sanitárias da pandemia, como imunização de rebanho e o kit-covid. Ao contrário do que tentam me imputar, eu não sou negacionista, nunca neguei ou duvidei da doença, tanto que as minhas ações pró-saúde não ficaram só no discurso. Eu quero afirmar aqui com a consciência tranquila e com a serenidade de quem tem a verdade a seu lado, que não conheço, não faço e nunca fiz parte de nenhum gabinete paralelo. Nunca financiei nenhum esquema de fake news e não sou negacionista.  O senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, destacou que a CPI dispõe de documentos que comprometem o empresário. Ele é um investigado confesso. Ele confessou tudo, confirmou tudo. Defendeu o que ele defende. Defendeu que é contra o isolamento social. Não tem um vídeo dele em que ele esteja usando máscara. Ele fez carreata no Paraná para não fechar o comércio. Foi um dos maiores disseminadores de uma teoria criminosa adotada pelo presidente Bolsonaro: a de que a melhor forma de superar a pandemia era fazer a imunidade coletiva pela transmissão. Já o senador Marcos Rogério, do Democratas de Rondônia, acusou a base aliada de perseguição política ao empresário por defender o governo Bolsonaro. Trata-se de uma clara perseguição política, uma espécie sabe de quê? Revanche, tentando criminalizar a ação empresarial por causa das manifestações públicas do empresário. Estão fazendo uma devassa na empresa do Sr. Luciano Hang enquanto se negam a investigar empresas que cometeram crimes durante a pandemia envolvendo os Governos do Consórcio Nordeste. Lá são nove os Estados, inclusive um governado pelo filho do Relator desta CPI. Ainda no depoimento, Luciano Hang admitiu ter recebido benefícios fiscais, como isenção ou redução de impostos. Disse que não recorreu a bancos públicos, como o BNDES, mas documentos em posse da CPI mostram 57 empréstimos. O empresário explicou que as três contas no exterior estão devidamente declaradas à Receita Federal e que são usadas para a compra de mercadorias. Da Rádio Senado, Hérica Christian.