CPI aprova pedido de suspensão de contratos com garantias do FIB Bank — Rádio Senado
CPI da Pandemia

CPI aprova pedido de suspensão de contratos com garantias do FIB Bank

Em depoimento à CPI da Pandemia, o advogado Marcos Tolentino, negou ser sócio oculto do FIB Bank, que avalizou contrato da Precisa Medicamentos com o Ministério da Saúde. Ele rebateu afirmações de que teria intermediado a venda de vacinas indianas, mas confirmou ser próximo do líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR). Marcos Tolentino se valeu do habeas corpus para não responder a diversas perguntas sobre suas empresas. Os senadores aprovaram pedido para o governo suspender todos os contratos com garantias do FIB Bank e para o Tribunal de Contas da União auditar as negociações.

14/09/2021, 18h59 - ATUALIZADO EM 14/09/2021, 18h59
Duração de áudio: 03:21
Leopoldo Silva/Agência Senado

Transcrição
A CPI DA PANDEMIA PEDE AUDITORIA E SUSPENSÃO DE CONTRATOS AVALIZADOS POR UMA EMPRESA SEM GARANTIAS REAIS. ADVOGADO NEGA SER DONO DA FIB BANK E PARTICIPAÇÃO NA VENDA DE VACINAS INDIANAS PARA O MINISTÉRIO DA SAÚDE.  REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. O advogado e empresário Marcos Tolentino negou ser o sócio oculto da empresa FIB Bank, que não é um banco, mas que avalizou o contrato de R$ 1,6 bilhão da Precisa Medicamentos com o Ministério da Saúde, mesmo sem garantias reais. Ele afirmou, no entanto, que tem participação em diversas empresas, que, por sua vez, prestam serviços à FIB Bank. Confirmou amizade com o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros, e disse conhecer o dono da Precisa, Francisco Maximiano; a advogada da família Bolsonaro, Karina Kufa; e o próprio presidente Bolsonaro. Ele se recusou a responder a diversas perguntas  obre as empresas e transferências bancárias se valendo do habeas corpus. E não explicou repasses de mais de R$ 300 mil da Precisa para uma empresa da mãe dele. Marcos Tolentino negou envolvimento na venda da vacina indiana Covaxin ao afirmar que na época das negociações da Precisa, ele estava na UTI.  Nada mais posso dizer além de que, no período da sua ocorrência, me encontrava internado na UTI em função de um severo quadro de covid-19, que eu contraí no final de janeiro, e permaneci. Fui intubado, fui extubado, fiquei 62, quase 90 dias lá, tive duas paradas cardíacas lá, tive uma infecção generalizada. Então, todo esse período de fevereiro, março, abril. Diversos senadores concluíram que Marcos Tolentino é o dono da FIB Bank ao citarem as diversas procurações e as transferências bancárias entre as próprias empresas. Eles também aprovaram um pedido de auditoria do Tribunal de Contas da União e de suspensão de todos os contratos do governo federal avalizados pela FIB Bank, que seriam mais de 30 ao valor de R$ 600 milhões em garantias inexistentes. A senadora Simone Tebet, do MDB de Mato Grosso do Sul, ressaltou que a FIB Bank continua como fiadora em contratos públicos. O governo federal, mesmo avisado pela Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado Federal, aceita uma carta bancária que não era bancária, uma carta fidejussória, de um banco que não é banco, cujos sócios estão sendo questionados aqui, num valor que ela não tem condições depois de honrar. O relator da CPI, Calheiros, do MDB de Alagoas, fez um balanço dos trabalhos desde abril. Ele destacou que as investigações esvaziaram a tese da imunidade de rebanho e do tratamento precoce e avançaram o processo de vacinação com a pressão pela compra dos imunizantes. Renan Calheiros ressaltou que a CPI impediu a assinatura de contratos com suspeitas de irregularidades. As investigações da CPI também chegaram às negociações obscuras, com sérios indícios de corrupção, que eram conduzidas pelo Ministério da Saúde para a compra de vacinas, por meio de atravessadores que monopolizavam as energias do governo, em prejuízo da compra de imunizantes de fabricantes idôneos, reconhecidos no mercado nacional e até internacional. Renan Calheiros anunciou a entrega do relatório da CPI até o final deste mês desde que não surjam fatos novos. Da Rádio Senado, Hérica Christian.  

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