Greta Thunberg defende no Senado direitos dos indígenas e justiça climática
Em sessão temática do Senado Federal, a ativista sueca Greta Thunberg, defendeu ações para preservação da Amazônia, embora tenha destacado que grande culpa do atual cenário de urgência climática não cabe historicamente ao Brasil. A indígena ativista Samela Sateré Mawé afirmou que as áreas indígenas são as mais preservadas.
Transcrição
A ATIVISTA AMBIENTAL SUECA GRETA THUNBERG DEFENDEU EM SESSÃO TEMÁTICA DO SENADO FEDERAL OS DIREITOS DOS POVOS INDÍGENAS E A JUSTIÇA CLIMÁTICA.
REPRESENTANTE INDÍGENA DIZ QUE AS PESSOAS SÓ SE PREOCUPAM COM AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS QUANDO LIDAM COM AS CONSEQUÊNCIAS. REPÓRTER RODRIGO RESENDE.
(Rodrigo) Em sessão temática do Senado Federal sobre os dados do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU, a ativista sueca Greta Thunberg defendeu ações para preservação da Amazônia, embora tenha destacado que grande culpa do atual cenário de urgência climática não cabe historicamente ao Brasil. Greta destacou o papel dos povos indígenas no processo de proteção da natureza.
Greta (tradução simultânea) – Direitos dos indígenas e justiça climática caminham lado a lado pois eles cuidaram da natureza por milênios. Agora denunciamos que povos indígenas em todo o mundo estão sendo ameaçados e mortos por protegerem a natureza.
(Rodrigo) Samela Sateré Mawé, comunicadora indígena, afirmou que as pessoas em geral só se preocupam com as mudanças climáticas quando sentem o efeito na pele, a exemplo de enchentes próximas aos locais de moradia, secas prolongadas ou calor extenuante.
Samela – As pessoas elas só se importam com mudanças climáticas, com o meio ambiente, quando isso vem afetar elas. Nós povos indígenas seguramos o céu pra que ele não caia nas nossas cabeças, mas não só das nossas cabeças, porque nossa luta é coletiva, nós somos coletivos. Nós seguramos o céu pra que ele não caia na cabeça de vocês. Nós sabemos que as terras indígenas são os territórios mais preservados atualmente.
(Rodrigo) A senadora Zenaide Maia, do PROS do Rio Grande do Norte, lamentou, por exemplo, a liberação de centenas de agrotóxicos nos últimos anos.
Zenaide – Em dois anos e oito meses o Brasil aprovou 1144 novos agrotóxicos. Isso degrada, esse agrotóxico é pulverizado e vai para os rios ... os peixes ... e a população originária que mais sofre mesmo. O que é que acontece? O cara retira e extrai o que tem da natureza e exporta e o Brasil tem isso, a exportação tem isenção de impostos gente, e não sobra nada pro nosso povo.
(Rodrigo) Eliziane Gama, do Cidadania do Maranhão, afirmou que os dados do painel do IPCC da ONU já não representam um alerta, mas um ultimato para a adoção de práticas sustentáveis em todas as áreas. Da Rádio Senado, Rodrigo Resende.