Brasil pode ser líder nos debates sobre mudanças climáticas, apontam participantes de sessão temática — Rádio Senado
Meio ambiente

Brasil pode ser líder nos debates sobre mudanças climáticas, apontam participantes de sessão temática

O Senado debateu em sessão temática os resultados do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU. Os dados são preocupantes e apontam que o planeta deve aquecer pelo meio 1,5º C nas próximas duas décadas. O senador Jaques Wagner (PT-BA) afirmou que essa é uma discussão urgente acima de premissas ideológicas.

10/09/2021, 14h05 - ATUALIZADO EM 10/09/2021, 14h05
Duração de áudio: 03:21
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
O BRASIL TEM POTENCIAL PARA SER UM DOS LÍDERES EM SOLUCÕES E DISCUSSÕES SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS. REGULAMENTAÇÃO DO MERCADO DE CARBONO É UM DOS TEMAS URGENTES. O DIAGNÓSTICO É DE PARTICIPANTES DO PAINEL INTERGOVERNAMENTAL SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS DA ONU QUE REVELA DADOS PREOCUPANTES PARA OS PRÓXIMOS ANOS. REPÓRTER RODRIGO RESENDE (Rodrigo) O Senado debateu em sessão temática os resultados do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU para mudanças climáticas. Os dados são preocupantes e apontam que o planeta deve aquecer pelo meio 1,5º C nas próximas duas décadas, o que deve desestabilizar ainda mais o clima com eventos extremos como secas prolongadas e fortes enchentes. O presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado, Jaques Wagner, do PT da Bahia, ressaltou que o assunto transcende posições ideológicas. E repetir o que eu tenho dito, a questão ambiental, a questão climática não é mais uma questão de direita ou esquerda ou de convicção ideológica. Na minha opinião a questão ambiental é uma questão de bom senso, é uma questão de reconhecermos como demonstra o estudo científico, esse sexto relatório do IPCC apresentado em nove de agosto, eu diria que ele é uma sirene tocando nas nossas mentes. (Rodrigo) Dom Walmor Azevedo, presidente da CNBB, afirmou que o atual modelo econômico e a exploração do meio ambiente pioram a situação dos mais pobres. Walmor –  Não há mais dúvidas, a causa somos nós. Nosso modelo de desenvolvimento que nas palavras de nosso amado Papa Francisco exclui, degrada e mata. A população global e toda a criação já sofrem as consequências, mas são os mais pobres e marginalizados que pagam o preço mais alto, ondas de calor extremo, secas, alagamentos e outros eventos climáticos extremos já ceifam vidas. (Rodrigo) O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, representante da Coalisão dos Governadores pelo Clima, ressaltou que o Congresso Nacional pode contribuir na busca de soluções, a exemplo da regulamentação do mercado de carbono. Casagrande –  Mas que é bom que o Congresso continue debatendo, que é a regulamentação do mercado de carbono, né? Ter uma regulamentação no mercado de carbono, debater esse tema, da gente criar de fato e definir o mercado de carbono no Brasil e que seja em sintonia com aquilo que a conferência das partes vai debatendo é muito importante também. (Rodrigo) David King, líder do Conselho Consultivo de Crise Climática e ex-assessor científico do governo do Reino Unido, afirmou que as mudanças climáticas já mostram efeitos econômicos na América do Sul. Sir David King (Tradução Simultânea): E deixe eu dizer um ponto sobre eventos recentes: Se nós olharmos, a extrema seca afetou muitas partes da América do Sul em 2020 com perdas estimadas na agricultura de 3 bilhões de dólares somente no Brasil. E também com perdas na Argentina, Uruguai e Paraguai. (Rodrigo) Fiona Clouder, embaixadora da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021, que acontecerá em outubro na Escócia, afirmou que o Brasil é um país com potencial para liderar as discussões sobre ações contra as mudanças climáticas.  Da Rádio Senado, Rodrigo Resende.

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