CPI da Pandemia recorre mais uma vez ao STF para ouvir governadores
A direção da CPI da Pandemia recorreu da decisão de junho do Supremo Tribunal Federal que barrou a convocação de nove governadores. O senador Humberto Costa (PT- PE) afirmou que eles virão como testemunhas para tratar dos repasses federais. Já o senador Marcos Rogério (DEM-RO) avalia que o recurso é apenas um gesto da direção da CPI para justificar porque as investigações se concentrarem no governo federal.
Transcrição
DIREÇÃO DA CPI DA PANDEMIA RECORRE AO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARA OUVIR GOVERNADORES.
SENADORES DA BASE ALIADA ARGUMENTAM QUE A INICIATIVA É APENAS UM GESTO POLÍTICO JÁ QUE AS INVESTIGAÇÕES ESTÃO CONCENTRADAS NO GOVERNO FEDERAL. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN.
A pedido da direção da CPI da Pandemia, a Advocacia do Senado recorreu da decisão da ministra do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, para tentar ouvir governadores. Em junho, o Plenário do STF acompanhou o entendimento da magistrada de que a competência para analisar os gastos de estados e municípios feitos com dinheiro do governo federal é do Tribunal de Contas da União. Os ministros destacaram que a convocação de governadores caracterizaria uma intervenção federal. No novo recurso, a cúpula da CPI da Pandemia argumenta que o avanço das investigações aponta para a “provável ocorrência de delitos comuns”, fatos que estão dentro da competência de acompanhamento do Congresso Nacional. O senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, afirmou que a CPI quer apenas ouvir os governadores na condição de testemunhas e não de investigados.
Naqueles casos em que há o envolvimento de recursos federais destinados ao enfrentamento à pandemia e que vão além dos recursos de transferência Fundo a Fundo, esses sim podem ser objeto de investigação por parte da CPI e não há nenhum problema em que os governadores possam participar como testemunhas no sentido de nos ajudar a fazer o esclarecimento.
O senador Marcos Rogério, do Democratas de Rondônia, avalia que o recurso é apenas um gesto da direção da CPI para justificar o fato de as investigações se concentrarem no governo federal e não nos estados e municípios, que receberam recursos do Ministério da Saúde. Ele citou as operações da Polícia Federal e auditorias da Controladoria Geral da União que identificaram irregularidades no uso do dinheiro da pandemia.
Não é o fato de não se convocar um governador que implique impedimento à investigação. Poderia se estar ouvindo aí secretários estaduais da Saúde, secretários municipais, diretores e fazendo apuração absolutamente legítima dentro do que manda as regras. Esse recurso apenas me parece ser algo para dar um argumento a eles de porque não investigou. Para mim, é apenas para tapear a opinião pública.
Em maio, a CPI aprovou a convocação de nove governadores: Amazonas, Amapá, Distrito Federal, Pará, Piauí, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Tocantins. Um grupo de 18 recorreu ao Supremo na época para não comparecerem à Comissão. Da Rádio Senado, Hérica Christian.