CPI vai ouvir diretores de laboratório e instituição financeira, além de ex-secretário de Saúde do DF
A CPI da Pandemia vai ouvir nesta terça-feira um dos sócios da Belcher Farmacêutica, Emanuel Catori, sobre a tentativa de venda da vacina chinesa Convidecia ao valor de R$ 5 bilhões. Na quarta-feira, prestará depoimento um dos diretores do FIB Bank, Roberto Ramos Júnior, que avalizou o contrato de R$ 1,6 bilhão da Precisa Medicamentos. O autor do pedido, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) do Ceará, destacou que a instituição não tem registro no Banco Central. Na quinta-feira, a CPI vai ouvir o ex-secretário de Saúde do Distrito Federal, Franciso Araújo Filho, investigado pela compra superfaturada de testes rápidos de covid-19.
Transcrição
A CPI DA PANDEMIA VAI OUVIR SÓCIO DE LABORATÓRIO QUE TENTOU COMERCIALIZAR VACINA CHINESA E O DIREITOR DE UMA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA QUE AVALIZOU CONTRATO DA INDIANA COVAXIN.
EX-SECRETÁRIO DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL SERÁ OUVIDO SOBRE IRREGULARIDADES ENVOLVENDO A PRECISA MEDICAMENTOS NA VENDA DE TESTE DE COVID. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN.
Nesta terça-feira, os senadores vão ouvir um dos sócios da Belcher Farmacêutica, Emanuel Catori, sobre a tentativa de venda da vacina chinesa Convidecia do laboratório Cansino. O contrato com o Ministério da Saúde de R$ 5 bilhões acabou cancelado pela farmacêutica por motivos de compliance, princípios éticos. Na quarta-feira, prestará depoimento um dos diretores do FIB Bank, Roberto Ramos Júnior. O autor do pedido, senador Tasso Jereissati, do PSDB do Ceará, destacou que a instituição financeira não tem registro no Banco Central e apresentou uma carta de fiança no valor de quase R$ 81 milhões no contrato de R$ 1,6 bilhão da Precisa Medicamentos para a importação do imunizante indiano covaxin. Tasso Jereissati afirmou que a exigência do Ministério da Saúde era por uma garantia em caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, seguro-garantia ou fiança bancária. Ao revelar a existência de ações judiciais contra a instituição por não ter honrado as cartas de fianças apresentadas em negócios particulares, Tasso Jereissati questionou o patrimônio declarado do FIB Bank.
Ele é uma sociedade estranha e tem um capital integralizado de R$ 7,5 bilhões. Evidente que uma empresa que tem um capital de R$ 7,5 bilhões deve ter acionistas fortíssimos porque já colocaram ali R$ 7,5 bilhões. E verificamos que boa parte desse capital, cerca de R$ 7,2 bilhões, foi colocado através de um imóvel gigantesco em Curitiba.
Na quinta-feira, a CPI vai ouvir o ex-secretário de Saúde do Distrito Federal, Franciso Araújo Filho, que chegou a ser preso na Operação Falso Negativo, no ano passado, que investiga a compra superfaturada de testes rápidos de covid-19 da Precisa Medicamentos com um prejuízo estimado de R$ 10 milhões. A empresa tentou vender a vacina indiana covaxin para o Ministério da Saúde, que cancelou o contrato após denúncias de irregularidades feitas à CPI da Pandemia. O ex-secretário de Saúde do DF foi denunciado por organização criminosa, fraude à licitação e na entrega da mercadoria e desvio de dinheiro público, além de um ressarcimento de R$ 46 milhões. Da Rádio Senado, Hérica Christian.