Comissão discute variante delta e cobra Queiroga sobre plano de imunização — Rádio Senado
Pandemia

Comissão discute variante delta e cobra Queiroga sobre plano de imunização

A Comissão Temporária da Covid-19 discutiu nesta sexta-feira (20) o avanço da variante Delta. Especialistas alertaram para alta transmissibilidade da nova cepa, a baixa proteção oferecida por apenas uma dose da vacina e reforçaram a necessidade de manter o uso de máscaras. O senador Esperidião Amim (PP-SC) apresentou um requerimento para que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, responda se o Plano Nacional de Imunização será modificado para reforçar a vacinação de grupos prioritários.

20/08/2021, 16h14 - ATUALIZADO EM 20/08/2021, 16h14
Duração de áudio: 02:41
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
O AVANÇO DA VARIANTE DELTA FOI TEMA DE DEBATE NA COMISSÃO DA COVID-19. ESPECIALISTAS REFORÇARAM A IMPORTÂNCIA DA SEGUNDA DOSE E DO USO DE MÁSCARAS PARA DIMINUIR O CONTÁGIO. O COLEGIADO QUER QUE O MINISTRO DA SAÚDE ESCLAREÇA SE O PLANO NACIONAL DE IMUNIZAÇÃO VAI OFERECER REFORÇO PARA GRUPOS PRIORITÁRIOS. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA A comissão que acompanha as ações de combate à pandemia ouviu nesta sexta-feira especialistas sobre o avanço da variante Delta no Brasil. Pesquisas indicam que a nova cepa também se espalha em locais abertos, além de possuir maior transmissibilidade. Nos Estados Unidos, a circulação da variante subiu de 10% em maio, para 90% no mês seguinte. A tendência é que a Delta se torne dominante no Brasil. No Rio de Janeiro, a cepa já é responsável por mais de 50% dos casos. Para frear a contaminação, a infectologista Raquel Stucchi defendeu a redução do intervalo da Pfizer e a aplicação da terceira dose em vacinados há mais de seis meses e em profissionais de saúde, que estão voltando a adoecer. A vacina de RNA mensageiro, vejam que a primeira dose a proteção da vacina é de 35% contra a variante Delta. Então uma proteção muito ruim. Essa fala que tem sido nós temos 100% dos adultos imunizados, ela traz muita confusão. Porque traz para quem ouve um sentimento de que estar imunizado é estar protegido. Não. Quem tomou a primeira dose praticamente não tem proteção nenhuma. O senador Esperidião Amim, do PP de Santa Catarina, apresentou um requerimento para que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, esclareça à comissão se o governo vai aplicar o reforço vacinal em públicos prioritários, diante da gravidade da nova variante. Precisamos ouvir do Ministro Marcelo Queiroga se o plano nacional de imunização vai ser alterado em função desses fatos, seja sob a forma de terceira dose de reforço vacinal, de vacina anual... Eu não sei! Mas sei que o problema, a crise de saúde, como nós estamos comprovando, não terminou. Segundo o pesquisador da UERJ, Guilherme Werneck, o uso de máscaras é indispensável porque pessoas vacinadas continuam transmitindo a doença. Segundo Werneck, diversos estados já registram aumento das taxas de hospitalização, como Amapá, Ceará, Goiás, Rio de Janeiro e Paraná. Mas, de acordo com a representante do Ministério da Saúde, Greice Madeleine, a mudança ainda não foi percebida no Brasil.   A gente continua tendo bastante óbito em 80 anos e mais e decréscimo na outras faixas etárias. A gente ainda não nota do que Estados Unidos e outros países têm relatado em relação ao impacto da variante delta. O representante do Ministério da Saúde, Vitor Bertolo, reforçou que a escolha pelo intervalo estendido das vacinas no Brasil permitiu ampliar o número de vacinados. Mas confirmou que existe a necessidade da dose adicional em grupos prioritários, como idosos e imunocomprometidos.

Ao vivo
00:0000:00