Presidente do Instituto Força Brasil se recusa a responder perguntas na CPI da Pandemia — Rádio Senado
CPI da Covid

Presidente do Instituto Força Brasil se recusa a responder perguntas na CPI da Pandemia

O presidente do Instituto Força Brasil, Helcio Bruno de Almeida, negou na CPI da Panemia a cobrança de propina, mas admitiu ter levado os vendedores de vacina Luiz Dominguetti e Cristiano Carvalho ao Ministério da Saúde. Simone Tebet (MDB-MS) apontou para um suposto tráfico de influência. Já Marcos Rogério (DEM-RO) destacou que o próprio Ministério da Saúde barrou a tentativa de golpe numa referência à oferta de 400 milhões de doses da Astrazeneca.

10/08/2021, 19h07 - ATUALIZADO EM 10/08/2021, 19h07
Duração de áudio: 03:44
Leopoldo Silva/Agência Senado

Transcrição
PRESIDENTE DO INSTITUTO FORÇA BRASIL NEGA ENVOLVIMENTO NA VENDA DA ASTRAZENECA E SE RECUSA A RESPONDER AOS INTEGRANTES DA CPI. PARA OPOSIÇÃO, DEPOIMENTO REFORÇA TENTATIVA DE CORRUPÇÃO. GOVERNISTAS DESTACAM EFICIÊNCIA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE NA ANÁLISE DE CONTRATOS. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. O presidente do Instituto Força Brasil, Helcio Bruno de Almeida, disse que apenas compartilhou uma agenda no Ministério da Saúde com os vendedores de vacina Luiz Dominguetti e Cristiano Carvalho no dia 19 de março. Segundo ele, a audiência, marcada por e-mail ,era para discutir a possibilidade de vacinação pela iniciativa privada após aprovação de um projeto de lei, que permitiu a compra de imunizantes desde que metade seja doada para o SUS e o restante usado na vacinação gratuita de funcionários. Helcio Bruno disse que não conhecia previamente os vendedores de vacinas e que foram apresentados pelo reverendo Amilton de Paula.  Ele também negou presença no jantar com a suposta cobrança de propina. E se valendo de um habeas corpus, Helcio Bruno decidiu não responder aos questionamentos feitos ppor integrantes da CPI. Me reservarei ao silêncio quanto às perguntas relacionadas à empresa Davati ou seus supostos representantes, ao Ministério da Saúde e seus atuais e ex-servidores, ao Senah e seus membros, ao IFB e seus membros ou a fake news e matérias jornalísticas de terceiros e perguntas relacionadas à minha quebra de sigilo, estando certo de que jamais pratiquei qualquer ato irregular. Ao longo do depoimento, diversos senadores citaram que Helcio Bruno teve mais de 20 agendas com o alto escalão do governo, incluindo o presidente Bolsonaro. E revelaram mensagens em que os vendedores de vacina apontaram o coronel da reserva como um facilitador no Ministério da Saúde. Para Simone Tebet, do MDB de Mato Grosso do Sul, Helcio Bruno intermediou a venda da Astrazeneca em troca de comissão. Como imaginar que um mestre em Operações Militares pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais do Exército se deixou levar por um grupo de picaretas? Ou levou o grupo de picaretas, num tráfico de influência, num lobby ou não sei o nome que se dá, ao Ministério da Saúde? Esta CPI, que V. Exa. aí chama de CPI – entre aspas – "do circo, que tem um bando de picaretas", esta CPI está investigando! V. Sa., com toda essa experiência, não conseguiu ver? Já o senador Marcos Rogério, do Democratas de Rondônia, criticou mais uma vez a CPI por investigar uma negociação que não resultou na compra de vacinas. Eu não faço defesa personalíssima de quem quer que seja, e este caso aqui, envolvendo Dominguetti, Cristiano e essa patota toda, me parece fazer parte de uma grande organização criminosa, uma grande quadrilha que deveria estar é presa. Só tem uma coisa: todo intento, toda movimentação, toda tentativa de usar dos acessos que tinha o governo fracassaram, não prosperaram. O sistema de controle interno do Ministério da Saúde funcionou bem. Os senadores destacaram ainda a atuação Helcio Bruno como consultor que resultou em contratos milionários de empresas, a exemplo da compra de um programa de espionagem pelo Ministério da Defesa. Já o relator, Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, ressaltou que o Instituto Força Brasil é investigado por espalhar notícias falsas contra a vacinação, uso de máscaras e a favor do chamado tratamento precoce. E citou postagens de ataques à CPI e a ministros do Supremo Tribunal Federal, incluindo Rosa Weber, que concedeu o habeas corpus. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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