Debatedores defendem bioeconomia como caminho para o Brasil se desenvolver — Rádio Senado
Comissão Senado do Futuro

Debatedores defendem bioeconomia como caminho para o Brasil se desenvolver

Debatedores defenderam nesta sexta-feira (6), na Comissão Senado do Futuro, a adoção da bioeconomia como caminho para o Brasil alcançar o pleno desenvolvimento. Esse modelo baseia a sua produção em recursos renováveis, substituindo os derivados de petróleo por produtos biológicos. Com a reserva de biodiversidade da Amazônia, o País deve investir em tecnologia e conhecimento para atingir uma produção sustentável.

06/08/2021, 19h56 - ATUALIZADO EM 06/08/2021, 19h56
Duração de áudio: 02:21
Roque de Sá/Agência Senado

Transcrição
LOC: A BIOECONOMIA PODE SER O CAMINHO PARA O BRASIL ALCANÇAR O PLENO DESENVOLVIMENTO, DISSERAM ESPECIALISTAS NA COMISSÃO SENADO DO FUTURO. LOC: COM A RESERVA DE BIODIVERSIDADE DA AMAZÔNIA, O PAÍS DEVE INVESTIR EM TECNOLOGIA E CONHECIMENTO PARA ATINGIR UMA PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL. REPÓRTER ROBERTO FRAGOSO. A dependência humana de combustíveis fósseis vai muito além do tanque dos carros. Os derivados de petróleo são a base de plásticos, espumas, fibras sintéticas, detergentes, tintas e fertilizantes, portanto estão presentes na maioria dos produtos que usamos no dia a dia. A troca dessa matéria-prima limitada por insumos biológicos renováveis, além de ser mais sustentável a longo prazo oferece uma grande oportunidade para o Brasil, que detém o maior patrimônio de biodiversidade do mundo. Mas é preciso superar a ideia de que só há preservação sem produção e vice versa, disse Alex Fiúza de Mello, ex-secretário de Ciência e Tecnologia do Pará. (Alex Fiúza) Nós precisamos suplantar urgentemente aquele falso ambientalismo – como eu digo – meramente ideológico, exotérico, em favor de políticas públicas que valorizem a preservação ambiental pela aplicação do conhecimento em cadeias produtivas da floresta e outras semelhantes para aproveitamento inteligente da nossa biodiversidade. A Amazônia e com ela a bioeconomia devem ser o norte do Brasil no século 21. Ismael Nobre, idealizador do Projeto Amazônia 4.0, de exploração sustentável da floresta, diz que as inovações tecnológicas serão centrais para a bioeconomia deslanchar. (Ismael Nobre) A Amazônia é basicamente de rios que se faz a logística hoje, e o diesel é muito caro, já existem barcos movidos a hidrogênio, e já existem motores a hidrogênio nos carros, com um combustível que pode ser gerado localmente com energia solar e energia eólica. Então a gente rompe o ciclo de dependência do combustível fóssil dando mais oportunidade de negócios inclusive, de geração econômica na própria Amazônia. Izalci Lucas, do PSDB do Distrito Federal, que pediu o debate, lembrou que outros países com menos recursos naturais que o Brasil já estão conseguindo com sucesso substituir as suas matrizes de produção com insumos biológicos. (Izalci Lucas) E a gente fica aí totalmente analógico, exportando matéria-prima, commodities. O potencial que nós temos. Não podemos ficar inertes ao que está acontecendo no mundo. O Brasil precisa avançar, ter política de Estado, não dá mais pra aceitar políticas de governo. Além de combustíveis e materiais, a bioeconomia brasileira também poderá ser alavancada pela indústria de alimentos graças a produtos nativos como o açaí e o cacau, e tem muito a ganhar se agregar valor aos produtos em vez de exportá-los em estado natural. Da Rádio Senado, Roberto Fragoso.

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