CPI aprova mais de 100 requerimentos, mas adia votação da convocação do ministro da Defesa

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A CPI DA PANDEMIA APROVOU MAIS DE CEM REQUERIMENTOS, ENTRE ELES, O PEDIDO DE AFASTAMENTO DE SECRETÁRIA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE E A QUEBRA DE SIGILOS DO LÍDER DO GOVERNO NA CÂMARA. SENADORES DECIDIRAM ADIAR A CONVOCAÇÃO DO MINISTRO DA DEFESA PARA FALAR SOBRE A COORDENAÇÃO DA PANDEMIA PELA CASA CIVIL. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. Na primeira reunião após o recesso parlamentar, os senadores da CPI da Pandemia aprovaram mais de cem requerimentos. Na lista dos 32 convocados estão o ex-secretário do Ministério da Saúde, Elcio Franco; o ex-assessor para Assuntos Internacionais, Flávio Werneck; pessoas ligadas ao dono da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, e da transportadora e distribuidora VTC Log, que presta serviços ao Ministério da Saúde; empresários e ex-dirigentes de hospitais federais no Rio de Janeiro, além do presidente do Conselho Federal de Medicina, Mauro Ribeiro. A CPI também solicitou informações ao COAF – Conselho de Controle de Atividades Financeiras - de 39 pessoas e empresas, a exemplo de farmacêutica que teve lucros com a venda do chamado kit-covid. Também foi aprovado o pedido de afastamento do cargo da secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro. Entre as quebras de sigilos estão as de pessoas ligadas a sites que espalham fake news e da VTC Log, além dos vendedores de vacina Luis Dominguetti e Cristiano Carvalho. Também estão na lista os deputados federais Luis Miranda, do Democratas do Distrito Federal, e Ricardo Barros, do PP do Paraná, líder do governo na Câmara. O senador Marcos Rogério, do Democratas de Rondônia, questionou a decisão ao afirmar que a CPI poderia ouvir primeiro as testemunhas antes de quebrar os sigilos.   Quebras de sigilos indiscriminadamente, sem os fundamentos legais próprios. Requerimentos que são apresentados e votados sem que haja sequer a oitiva de pessoas ligadas a essa empresa. Primeiro, quebra, bisbilhota, expõe; aí depois, ouve. Nós estamos invertendo a lógica da investigação. Uma parte dos senadores da oposição decidiu adiar a votação do pedido de convocação do ministro da Defesa, Braga Netto. O autor do requerimento, Alessandro Vieira, do Cidadania de Sergipe, negou qualquer retaliação pelos ataques públicos à CPI ao ressaltar que Braga Netto era o responsável por coordenar as ações do governo na pandemia quando estava na Casa Civil. Em 16 de março de 2020, o então ministro da Casa Civil, Braga Netto, foi designado como coordenador do comitê de crise de combate à Covid. Esta é a figura que precisa explicar por que ele, como coordenador, dotado de todos os poderes necessários, foi incapaz de evitar esse desastre. Não há nenhum tipo de desapreço ou de diminuição das Forças Armadas. É um cidadão que ocupou um cargo civil e que ocupa hoje um cargo civil. E, nesta condição, precisa, sim, ser chamado à CPI para prestar esclarecimentos. A CPI da Pandemia também aprovou um pedido de perícia nos documentos da Precisa Medicamentos, que tentava vender vacinas indianas, além de uma recomendação para o Ministério da Saúde revogar uma nota técnica a favor do tratamento precoce.  Da Rádio Senado, Hérica Christian.