Senadores comentam rescisão de contrato da Bharat Bioetech com a Precisa Medicamentos — Rádio Senado
CPI da Pandemia

Senadores comentam rescisão de contrato da Bharat Bioetech com a Precisa Medicamentos

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) avalia como vitória da CPI da Pandemia a rescisão da Bharat Biotech com a Precisa Medicamentos. O laboratório indiano negou a assinatura em documentos usados pela representante brasileira no contrato com o Ministério da Saúde. Ao citar que nenhuma dose da Covaxin foi adquirida, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) afirmou que as negociações com a Precisa ocorreram no momento de escassez de vacinas.

23/07/2021, 16h00 - ATUALIZADO EM 23/07/2021, 16h00
Duração de áudio: 02:47
Marcos Oliveira/Agência Senado

Transcrição
OPOSIÇÃO MANTÉM INVESTIGAÇÃO DE EMPRESA QUE INTERMEDIOU COMPRA DE VACINA APESAR DO CANCELAMENTO DO CONTRATO PELO LABORATÓRIO INDIANO. ALIADOS AO GOVERNO RESSALTAM QUE O MINISTÉRIO DA SAÚDE JÁ TINHA SUSPENDIDO AS COMPRAS EM JUNHO. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. O laboratório Bharat Biotech, fabricante da vacina indiana Covaxin, anunciou a rescisão com a Precisa Medicamentos, até então a representante no Brasil. A empresa é investigada pela CPI da Pandemia por irregularidades no contrato de R$ 1,6 bilhão para a compra de 20 milhões de doses. Entre elas, estavam o preço maior, o pagamento do seguro e frete e um adiantamento de US$ 45 milhões para uma terceira empresa com sede em paraíso fiscal. O laboratório indiano negou a assinatura em documentos usados pela Precisa Medicamentos para firmar o contrato com o Ministério da Saúde. E ao confirmar o valor de US$ 15 por dose, informou que continuará aguardando o registro da Anvisa para a Covaxin. A senadora Simone Tebet, do MDB de Mato Grosso do Sul, destacou a falsificação de documentos e lobby dentro do Ministério da Saúde para a compra da Covaxin. Ela avalia que o cancelamento do contrato pela Bharat Biotech é resultado dos trabalhos da CPI. Essa fatura positiva podemos colocar na conta dos trabalhos da CPI. Resumindo, a CPI não vai dar pizza porque ela já está dando resultado. Um deles é justamente o cancelamento do contrato da Bharat Biotech com a Precisa na compra dessa vacina, que não podia ter sido comprada, não poderia estar sendo comercializado na forma como foi feita pelo Ministério da Saúde com suspeitas de cometimento de crimes contra Administração Pública. O senador Marcos Rogério, do Democratas de Rondônia, afirmou que as negociações com a Precisa ocorreram no momento de escassez de vacinas. E lembrou que nenhuma dose da Covaxin foi adquirida e paga. Quando você tem a opção para ter um imunizante de melhor qualidade e com preço menor, obviamente que o interesse público há que prevalecer em torno daquilo que é mais vantajoso para a população.  Mas tem que se levar em consideração os momentos. Naquele primeiro momento não havia as opções que existem hoje. Então, hoje acho que não há justificativa para se manter negociações com uma vacina mais cara e com tantas variáveis em torno desse contrato. Acho que o Ministério deve confirmar o cancelamento dessa contratação.   No final de junho, o Ministério da Saúde suspendeu a compra da Covaxin. Após as denúncias de irregularidades feitas na CPI, o Tribunal de Contas da União, o Ministério Público Federal, a Controladoria Geral da União e Polícia Federal começaram a investigar o contrato da vacina indiana. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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