Entidades denunciam desmonte de políticas para a população negra — Rádio Senado
Audiência pública

Entidades denunciam desmonte de políticas para a população negra

Em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) nesta segunda-feira (12), entidades denunciaram, em carta entregue ao presidente do colegiado, senador Humberto Costa (PT-PE), o desmonte pelo governo das políticas públicas destinadas à população negra. O documento foi lido pelo coordenador-geral do Movimento Negro Unificado, Silas Félix. Givânia da Silva, fundadora da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas, disse que a pandemia de covid-19 agravou a situação desses brasileiros. Para a senadora Zenaide Maia (Pros-RN), a pandemia escancarou problemas dessa parcela da população, que já sofre violência estrutural. O senador Humberto, que pediu a audiência, prometeu levar o tema ao Senado.

13/07/2021, 13h53 - ATUALIZADO EM 13/07/2021, 13h53
Duração de áudio: 02:34
Getty Images/iStockphoto/direitos reservados

Transcrição
AS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A POPULAÇÃO NEGRA ESTÃO SENDO DESMONTADAS E A SITUAÇÃO DESSAS PESSOAS AGRAVOU COM A PANDEMIA. A DENÚNCIA FOI FEITA EM CARTA ENTREGUE DURANTE AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS. REPORTAGEM DE IARA FARIAS BORGES. De iniciativa do presidente da Comissão de Direitos Humanos, senador Humberto Costa, do PT pernambucano, a audiência debateu os impactos da pandemia de covid-19 sobre a população negra do país. Em carta entregue à CDH, e lida pelo coordenador-geral do Movimento Negro Unificado, Silas Félix, entidades denunciam o extermínio pelo governo federal de políticas públicas voltadas aos negros e sugerem que o Senado debata o assunto. Givânia da Silva, fundadora da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas, disse que conquistas históricas foram exterminadas e, com a pandemia de covid-19, a situação desses brasileiros agravou.  Já estávamos asfixiados porque esse “oxigênio”, que eram as políticas públicas, já havia sido tirado, e isso é muito grave. O governo tenta a todo custo eliminar direitos assegurados pela Constituição de 1988. Ao lembrar que os negros têm dificuldade de acessar a bens, serviços, políticas públicas e à vacinação contra a covid-19, o senador Humberto Costa lamentou que o país ainda precise discutir o racismo.  Apesar de ser um tema que já deveria ter sido banido, o racismo ainda é extremamente forte em boa parte dos países e, especialmente, no Brasil. Muitos setores vulneráveis estão sujeitos no nosso país, e as mazelas causadas pela pandemia ocorrem de forma diversa para cada setor. está longe de ser uma doença “democrática”, por atingir de formas diferentes cada segmento da sociedade.  A senadora Zenaide Maia, do Pros do Rio Grande do Norte, disse que a pandemia escancarou problemas dessa parcela da população, que já sofre violência estrutural. Para ela, o governo banaliza mortes. Temos uma política de Estado que não respeita a maioria do seu povo. O racismo é institucional e, o mais grave, considerado como normal. A gente vê claramente que os assassinatos advêm justamente de quem lhe devia dar segurança. É o Estado quem primeiro condena.  O senador Humberto Costa prometeu levar os temas discutidos na audiência a todos os senadores. Da Rádio Senado, Iara Farias Borges.

Ao Vivo

Não é usuário? Cadastre-se.

Ao vivo
00:0000:00