Especialistas defendem mudanças na ação humana para prevenir pandemias — Rádio Senado
Comissão Covid-19

Especialistas defendem mudanças na ação humana para prevenir pandemias

A comissão que acompanha as ações de enfrentamento à covid-19 ouviu nesta sexta-feira (9) pesquisadores e organizações de proteção ambiental sobre a relação entre novas pandemias e a degradação do meio ambiente. Para a autora do requerimento do debate, senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), a ciência já demonstra que as atuais pandemias são precedidas, em geral, pelo desequilíbrio do ecossistema. 

09/07/2021, 15h33 - ATUALIZADO EM 09/07/2021, 15h33
Duração de áudio: 02:26
Pedro França/Agência Senado

Transcrição
PESQUISADORES E AMBIENTALISTAS DEFENDERAM MUDANÇAS NO COMPORTAMENTO DA SOCIEDADE COMO FORMA DE PREVENIR NOVAS PANDEMIAS, COMO A DO CORONAVÍRUS. A DISCUSSÃO ACONTECEU NA COMISSÃO QUE ACOMPANHA AS AÇÕES DE ENFRENTAMENTO À COVID-19. OUÇA OS DETALHES NA REPORTAGEM DE MARCELLA CUNHA A comissão que acompanha as ações de combate à covid-19 ouviu especialistas sobre como a proteção ao meio ambiente pode minimizar o surgimento de novas pandemias, a exemplo do coronavírus. A autora do requerimento de realização do debate foi a senadora Eliziane Gama, do Cidadania do Maranhão. Para ela, a ciência tem demonstrado que as atuais epidemias são precedidas em geral por desequilíbrios no ecossistema. Exatamente por haver uma conexão entre o meio ambiente, portanto, e o ser humano, há uma necessidade de se entender até a que ponto, por exemplo, o desmatamento legal, até a que ponto a não proteção do meio ambiente influencia no que se refere às pandemias que a gente tem vivenciado.  A pesquisadora da Fiocruz, Nelzair Vianna, alertou que para controlar as zoonoses é preciso, primeiro, repensar a relação entre os animais e o ser humano.  Ela vai muito além da caixinha de saúde. Existe aí uma questão de mudança ambiental que a gente precisa estar atento, consumo de aliemetnos, muitas dessas epidemias está ligada ao consumo inclusive de carnes contaminads e a conservação da biodiversidade. Todos esses riscos globais estão na verdade interagindo.  Já o presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural, Francisco Milanez, criticou, principalmente, o uso excessivo de agrotóxicos na produção de alimentos e a contaminação dos rios.  O Brasil está destruindo, através, principalmente, do uso de agrotóxicos e do desmatamento, ecossistemas que são os locais, são os habitats naturais de várias espécies que estão sendo deslocadas. Esses deslocamentos acontecem por pressão, por falta de alimentação ou falta de moradia, falta de nicho para esses animais que podem ser vetores e também pelo aumento da temperatura. Também participou do debate a gerente de Ciências da WWF Brasil, Mariana Ferreira. Segundo ela, 30% das zooneses surgem após mudanças no uso da terra, como desmatamentos. Mariana defendeu que é preciso alterar a forma de se produzir os alimentos e que o Brasil é um país chave na mudança desses padrões.

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