CPI focará investigação nas irregularidades da vacina indiana
A oposição quer focar as investigações da CPI nas irregularidades denunciadas pelos irmãos Miranda envolvendo a venda da vacina indiana Covaxin. Randolfe Rodrigues (Rede-AP) citou a tentativa do governo de impedir essa apuração. Já o senador Marcos Rogério (DEM-RO) defendeu acareação do vendedor de vacina, Luiz Dominguetti, com os citados na denúncia da cobrança de propina.
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Transcrição
SENADORES DA OPOSIÇÃO VÃO PRIORIZAR INVESTIGAÇÃO DE IRREGULARIDADES NA TENTATIVA DE COMPRA DA VACINA INDIANA.
GOVERNISTAS QUEREAM ACAREAÇÃO DE ENVOLVIDOS NA DENÚNCIA DE COBRANÇA DE PROPINA A SUPOSTO VENDEDOR DE IMUNIZANTES.
Após levantarem suspeitas de que a denúncia de cobrança de propina do vendedor de vacinas, Luiz Dominguetti, teve o objetivo de atrapalhar a CPI, senadores da oposição decidiram focar nas investigações da compra da vacina indiana. Em depoimento à Comissão, Luis Ricardo Miranda e o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) revelaram a pressão para a assinatura de um contrato de R$ 1,6 bilhão para a aquisição da covaxin, um imunizante mais caro, com prazo de validade menor, comercializado por uma empresa intermediadora e com pedido de adiantamento de pagamento. À CPI os irmãos Miranda disseram que informaram toda a situação pessoalmente ao presidente Bolsonaro. Ao destacar que será investigada a cobrança de propina, o senador Randolfe Rodrigues, da Rede Sustentabilidade do Amapá, citou que casou estranheza a abertura de inquérito pela Polícia Federal na semana do depoimento do dono da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, responsável pela compra da covaxin. Esse ato embasou a concessão de um habeas corpus ao empresário. Randolfe Rodrigues também citou a tentativa de descrédito às denúncias dos irmãos Miranda por envolverem o presidente Bolsonaro.
O fato incidental do depoimento combinado com essa ação, que no meu entender foi organizada para a obtenção do habeas corpus para o direito ao silêncio do Supremo Tribunal Federal, não me parece que são fatos à toa. Os depoimentos vão seguir no rumo da investigação da fraude que ocorreu, do esquema que pode está sendo montado no caso covaxin/Precisa.
O senador Marcos Rogério, do Democratas de Rondônia, reafirmou que o Palácio do Planalto não teme as investigações. E defendeu uma acareação dos envolvidos na denúncia de propina, incluindo o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias.
Apareceram alguns nomes que nós devemos convocar também. Esses nomes citados pelo depoente devem ser convocados. Talvez seja o primeiro momento em que teremos a necessidade de fazer uma acareação porque há quem acusa dizendo que outros testemunharam um fato que é crime. Então, é preciso colocar na luz da verdade sobre esses fatos e ouvir as partes. A única coisa que interessa a todos nós é a verdade.
A CPI deverá ouvir na terça-feira a servidora do Ministério da Saúde, Regina Célia, fiscal do contrato da vacina indiana; na quarta-feira o ex-diretor de Logística Roberto Dias, citado na denúncia da propina, e na quinta-feira a diretora de Integridade do Ministério da Saúde, Carolina Palhares, que alertou para irregularidades na negociação.