Irmãos Miranda confirmam que Bolsonaro sabia de suspeitas em compra de vacina indiana — Rádio Senado
CPI da Pandemia

Irmãos Miranda confirmam que Bolsonaro sabia de suspeitas em compra de vacina indiana

A sexta-feira foi dedicada a ouvir o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e seu irmão, Luis Ricardo, que trabalha no Ministério da Saúde. Eles confirmaram a pressão contra o servidor para liberação de vacina indiana sem aprovação da Anvisa. Disseram ainda que o presidente Bolsonaro sabia das suspeitas e garantiu que tomaria providências. 

25/06/2021, 20h36 - ATUALIZADO EM 25/06/2021, 20h39
Duração de áudio: 03:35
Jefferson Rudy/Agência Senado

Transcrição
LOC: OS IRMÃOS LUIS RICARDO E LUIS MIRANDA PARTICIPARAM DA CPI DA PANDEMIA NESTA SEXTA-FEIRA. PRESENÇA DE OFF SHORE, PRESSÃO NO MINISTÉRIO DA SAÚDE E PAGAMENTO ADIANTADO NA NEGOCIAÇÃO DA VACINA INDIANA COVAXIN FORAM ALGUNS DOS TEMAS DOS DEPOIMENTOS. LOC: LUIS MIRANDA, QUE É DEPUTADO FEDERAL PELO DISTRITO FEDERAL, DISSE QUE INFORMOU AS POSSÍVEIS IRREGULARIDADES AO PRESIDENTE JAIR BOLSONARO. REPÓRTER RODRIGO RESENDE. TÉC: Os irmãos Luis Ricardo e Luis Miranda falaram na CPI sobre pressões para a aquisição da vacina indiana Covaxin. Luis Ricardo, que é servidor concursado do ministério da saúde, apontou ainda questões como a presença de uma off-shore de Cingapura para pagamento de parte do negócio, ponto que não estava no contrato inicial, e foi questionado pelo senador Rogério Carvalho, do PT de Sergipe: (Rogério) A questão que me parece que é um problema é não constar no contrato, é essa que é a questão central, não consta no contrato da Precisa com o Ministério da Saúde uma terceira empresa que receberá o pagamento. (REP) O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho, do MDB de Pernambuco, rebateu: (Bezerra) É normal seu relator. Essas empresas farmacêuticas trabalham com Off-Shore, a Pfizer trabalha com Off-Shore, a Astrazeneca trabalha com Off-Shore. (REP) Luis Miranda, que é deputado federal, afirmou que levou as questões presencialmente ao presidente da República Jair Bolsonaro: (Miranda) Não sou promotor de justiça. Não sou investigador. Eu levei pessoa certa, na minha opinião, que deveria dar o devido provimento ao assunto, que é o Presidente da República. Presidente entendeu a gravidade, olhando os meus olhos, ele falou, isso é grave, e falou: vou acionar o DG da Polícia Federal (REP) Miranda destacou que após essa reunião presencial com Jair Bolsonaro, não conseguiu mais nenhum contato com ele para tratar desse assunto. Luis Ricardo, servidor do ministério da saúde, ainda disse que um servidor terceirizado do Ministério chegou a falar sobre propinas na pasta: (Ricardo) O Ministério estava sem vacina e um colega de trabalho, Rodrigo, servidor, me disse que tinha um rapaz que vendia vacina e que esse rapaz disse que os seus, alguns gestores, estavam pedindo propina. Qual rapaz? Ele não citou o nome (REP) Os senadores devem convocar o servidor Rodrigo para esclarecimentos. Para o Senador Marcos do Val, do Podemos do Espírito Santo, no caso da vacina Covaxin não houve corrupção: (Marcos do Val) a corrupção pra mim ela, ela ser efetiva quando o dinheiro sai da conta do Governo e vai pra conta do corrupto ou do seja lá quem for. O dinheiro não saiu, nem saiu da conta e o contrato foi sempre seguindo, se ajustando pra seguir o contrato (REP) Mas para o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues, da Rede Sustentabilidade do Amapá, pode se caracterizar sim um ato corrupto no caso das pressões pela compra da Covaxin: (Randolfe) o crime de corrupção passiva admite a tentativa conforme rege o nosso código penal. Então, só lembrar pra todos. Neste caso, o crime só não foi concretizado graças a esse cidadão que tá aqui na nossa frente, Luís Ricardo Fernando de Miranda (REP) O senador Izalci Lucas, do PSDB do Distrito Federal, destacou que a empresa Precisa, uma das intermediárias do negócio, também está envolvida em investigações no Distrito Federal e necessita ser investigada com profundidade na CPI. Da Rádio Senado, Rodrigo Resende.

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