Saída de Salles é lastimável para senadores da base e tardia para oposição — Rádio Senado
Meio Ambiente

Saída de Salles é lastimável para senadores da base e tardia para oposição

Senadores comentaram a demissão do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Quem assume a pasta é Alvaro Pereira Leite. Para Márcio Bittar (MDB-AC), a saída de Salles é lastimável, mas compreensível, já que o governo teria, segundo ele, inimigos poderosos. Já Humberto Costa (PT-PE) classificou a exoneração como tardia e disse temer que a perda do foro privilegiado prejudique as investigações contra o ex-ministro.

24/06/2021, 18h42 - ATUALIZADO EM 24/06/2021, 19h25
Duração de áudio: 03:18
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Transcrição
LOC: A SAÍDA DO MINISTRO DO MEIO AMBIENTE, RICARDO SALLES, REPERCUTIU ENTRE OS SENADORES. LOC: ENQUANTO A BASE DO GOVERNO CONSIDERA O PEDIDO DE DEMISSÃO LASTIMÁVEL, PARA A OPOSIÇÃO SALLES DEIXOU O CARGO TARDIAMENTE. A REPORTAGEM É DE MARCELLA CUNHA O pedido de demissão de Ricardo Salles do Ministério do Meio Ambiente repercutiu entre os senadores. Segundo o vice-líder do governo no Congresso, Márcio Bittar, do MDB do Acre, Salles era defensor da ideia de que a preservação da Amazônia passa obrigatoriamente pelo combate à pobreza. Eu acho lastimável a saída do Ricardo Salles. É alguém que traduziu a grosso modo o que eu entendo que seja a questão verdadeira do Brasil. Ele assumiu o ministério dizendo que o Brasil tem sim problema ambientais seríssimos, no entanto eles estão fundamentalmente na área urbana e não na área rural. O Brasil tem 100 milhões de pessoas que não têm esgoto, 50 milhões não tem água tratada e isso passa completamente despercebido. Salles é alvo de um inquérito autorizado pelo Supremo Tribunal Federal por suspeita de atrapalhar as investigações sobre a maior apreensão de madeira do país. Ele também é investigado por facilitação à exportação ilegal de madeira. Para Bittar, o Governo tem inimigos poderosos. Lamento a saída dele mas compreendo que de fato nossos inimigos são muito poderosos. A lavagem cerebral é imensa. No começo não podia se desflorestar nada na Amazônia porque ia desertificar, depois inventaram que era o pulmão do mundo, e agora passou para rios voadores. É outra picaretagem, mau-caratismo e uma fraude científica descarada. Ele resistiu muito tempo, e sai com o meu respeito. Para o  senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, a gestão de Salles foi marcada por retrocessos ambientais e obstáculos ao comércio internacional.   A saída do ex-ministro Salles se dá tardiamente, não somente porque a política que ele implementou a frente do ministério foi uma verdadeira tragédia, some-se ao fato que sobre Ricardo Salles várias suspeitas de atos de corrupção, utilizando-se inclusive de crimes ambientais para a geração de benefícios a si próprio já justificariam  o seu afastamento. Humberto Costa ressaltou que, com a demissão do ministério do Meio Ambiente, Salles perde o foro especial no Supremo. E o senador teme isso possa favorecer a impunidade: O que temo é apenas é que com o provável envio desses processos para primeira instância nós não tenhamos a mesma disposição de investigação que estava sendo demonstrada pelo ministro Alexandre de Moraes. Acho que ele precisa ser efetivamente investigado, processado, julgado e, com certeza, condenado. Ele representa tempos no meio ambiente que o Brasil precisará esquecer para sempre. Nesta quarta-feira, o ministro do STF Alexandre de Moraes, autorizou o envio do celular de Ricardo Salles aos Estados Unidos para ser desbloqueado. Durante uma operação da Polícia Federal o celular foi apreendido, mas Salles não informou a senha para liberar o acesso aos dados contidos no aparelho. Quem assume a pasta é Joaquim Alvaro Pereira Leite. Da Rádio Senado, Marcella Cunha. 

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