Deputado nega gabinete paralelo, defende imunidade de rebanho e critica lockdown — Rádio Senado

Deputado nega gabinete paralelo, defende imunidade de rebanho e critica lockdown

Contrário ao lockdown e à quarentena, o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) disse que a contaminação natural e a vacinação vão encerrar a pandemia. Ao rebater a eficácia da imunidade de rebanho, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), citou o caso de Manaus. Osmar Terra confirmou conversas com o presidente Jair Bolsonaro, mas negou a existência do gabinete paralelo. O senador Jorginho Mello (PL-SC) argumentou que o presidente da República pode ouvir quem ele quiser.

22/06/2021, 19h02 - ATUALIZADO EM 22/06/2021, 19h02
Duração de áudio: 03:47
Marcos Oliveira/Agência Senado

Transcrição
NA CPI DA PANDEMIA, DEPUTADO NEGA A EXISTÊNCIA DE GABINETE PARALELO, DEFENDE A IMUNIDADE DE REBANHO E SE OPÕE AO LOCKDOWN. SENADORES APROVAM TRANSFORMAR TESTEMUNHAS EM INVESTIGADOS. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. O deputado Osmar Terra, do MDB gaúcho, foi inicialmente convocado pela participação no chamado gabinete paralelo. Mas a CPI transformou a vinda dele em convite, o que o dispensou do juramento de dizer a verdade. Osmar Terra reafirmou posicionamento contrário ao lockdown e à quarentena ao citar que cidades que adotaram esse isolamento não tiveram sucesso. Disse que o vírus se espalha dentro de casa e destacou que houve mais mortes em asilos. Ao defender o tratamento precoce, Osmar Terra admitiu ter tomado o kit covid quando teve a doença com internação na UTI por comprometimento de 80% dos pulmões. Osmar Terra disse que errou nas previsões de que pandemia seria breve e com poucos mortos devido ao surgimento de novas cepas. Ele se disse favorável às vacinas, mas questionou a eficácia das que foram autorizadas em tão pouco tempo. Osmar Terra considera que a pandemia se encerrará com o maior número de contaminados e imunizados. Olha a curva da Inglaterra, a Inglaterra está terminando, provavelmente, está na imunidade de rebanho. Por causa da vacina? Não. Quando essa curva mais alta cresceu não tinha em 2% da população vacinada na segunda dose. Então, o que fez cair? Foi que tinha tanta gente com anticorpo. Mas não estou defendendo que se deixe as pessoas se contaminarem. Estou constatando o que aconteceu. Mas ao citar o caso de Manaus, o presidente da CPI, senador Omar Aziz, do PSD do Amazonas, rebateu a tese da imunidade de rebanho. Imunização de rebanho, para mim, não sou médico, vai lá, te infecta, os fortes sobreviverão, os fracos morrerão, é isso que é a imunização de rebanho. E é isso que o próprio Presidente disse: "Olha, eu me contaminei, eu sou atleta, eu não senti nada, e tal". Então, imunização de rebanho é: infecte-se com o vírus, mas, se você tiver algum tipo de problema, você vai morrer, e os fortes sobreviverão. Então, eu não discuto com a ciência, eu ouço a ciência. O deputado confirmou conversas e encontros frequentes com o presidente da República e ressaltou as convergências sobre a condução da pandemia. Ao negar a existência do gabinete paralelo, ele disse que Bolsonaro não tem culpa pelo agravamento da pandemia ao declarar que o Supremo Tribunal Federal impediu o governo federal de agir. Segundo ele, os governadores e prefeitos são os responsáveis pelas contaminações e mortes. O senador Jorginho Mello, do PL de Santa Catarina, declarou que qualquer presidente da República pode ouvir aconselhamentos de especialistas. Queria fazer esses registros para que a gente definitivamente pare de falar nesse gabinete paralelo porque conversar, pedir sugestões, filtrar é uma obrigação de cada gestor. Não tem nada a ser recriminado ou condenado de qualquer gestor público, seja ele prefeito, governador, presidente. Ouvir as pessoas é uma coisa muito salutar e evita erro. Se aconselhar e depois de tomar posição que quiser tomar. Para isso que ele foi eleito, para isso que ele tem o dever de ser um gestor. Antes do depoimento do deputado Osmar Terra, os senadores da CPI da Pandemia aprovaram a sugestão do relator, senador Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, de transformar 14 testemunhas em investigadas. Entre elas, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e o ex-ministro Eduardo Pazuello, além do empresário Carlos Wizard.

Ao vivo
00:0000:00