Especialistas defendem fortalecimento da agricultura familiar e orgânica
No Dia Mundial da Segurança dos Alimentos, celebrado em 7 de junho, a Comissão de Meio Ambiente promoveu uma audiência pública para debater a importância da alimentação saudável e os modelos possíveis para uma agricultura sustentável. Especialistas ressaltaram que produção de alimentos deve gerar cada vez menos impactos nocivos ao meio ambiente, com menor consumo de água e redução da emissão de carbono na atmosfera. Os convidados também defenderam o fortalecimento da agricultura familiar e orgânica como prioridade de política pública.

Transcrição
LOC: DEBATEDORES EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE RESSALTAM QUE É PRECISO AUMENTAR A PRODUÇÃO DE ALIMENTOS DE MANEIRA SUSTENTÁVEL, COM MENOR CONSUMO DE ÁGUA E REDUÇÃO DA EMISSÃO DE CARBONO NA ATMOSFERA
LOC: PARA ESPECIALISTAS, O FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR E ORGÂNICA DEVE SER UMA PRIORIDADE. REPORTAGEM DE REGINA PINHEIRO
TÉC: O presidente da Comissão de Meio Ambiente, senador Jaques Wagner, do PT da Bahia destacou que a tecnologia é uma aliada na produção de alimentos de forma sustentável.
(Jaques Wagner) Temos muitos exemplos, só nessa área de produção de alimentos eu poderia citar a Holanda com muita tecnologia, produzindo em menos espaço, com menos consumo de água, e outras experiências. E particularmente, a questão da agroecologia e da agricultura familiar, que eu tenho, absoluta convicção que tem um lugar de destaque nesses anos vindouros, exatamente por ela se capacitar, produzir mais organicamente, com menos defensivos.
(Rep) O representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, FAO, Rafael Zavala, falou sobre a importância do Programa Nacional de Alimentação Escolar, que além de distribuir alimentos saudáveis nas escolas, promove a inclusão econômica por meio da compra pública da agricultura familiar. Zavala ainda afirmou que é preciso combater o desperdício.
(Rafael Zavala) Na América Latina e no Caribe, 11,6% dos alimentos são perdidos anualmente. Isso equivale a 220 milhões de toneladas de alimentos e a uma estimativa econômica de US$150 bilhões. Além disso, cerca de 30% das emissões globais de carbono são atribuíveis ao sistema alimentar.
(Rep). Para a Vice-presidente do Instituto Brasil Orgânico, a nutricionista e apresentadora, Bela Gil, a agricultura familiar deveria ter mais espaço.
(Bela Gil) 70% da nossa comida vêm da agricultura familiar. A agricultura familiar ocupa somente 23% das terras cultiváveis no Brasil, o resto está na mão do agronegócio. Imagina se a gente tivesse, então, uma reforma agrária popular, baseada nos princípios da agroecologia? A gente poderia solucionar muitos problemas relacionados à fome, à insegurança alimentar e à má alimentação.
(Rep) Também participaram do debate a Diretora-Geral da ACT Promoção da Saúde, Paula Johns; a representante da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Thalita de Souza Lima; o representante do Núcleo Executivo da Articulação Nacional de Agroecologia, Paulo Petersen e o diretor da Cooperativa de Produção Agropecuária Nova Santa Rita, Airton Luiz Rubenich. Da Rádio Senado, Regina Pinheiro