Mayra Pinheiro defende tratamento precoce e responsabiliza governo do Amazonas por caos em Manaus — Rádio Senado
CPI da Pandemia

Mayra Pinheiro defende tratamento precoce e responsabiliza governo do Amazonas por caos em Manaus

Em depoimento à CPI da Pandemia, a secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, reafirmou a defesa do uso do tratamento precoce contra a covid-19, comparando a crise sanitária a um cenário de guerra. O senador Otto Alencar (PSD-BA) voltou a destacar que esses remédios não são antivirais e que a secretária fez, na verdade, a defesa do governo. Sobre a crise de janeiro em Manaus, Mayra Pinheiro responsabilizou o governo do Amazonas pelo caos. Mayra Pinheiro disse que soube da falta de oxigênio no dia 5 de janeiro, contrariando as datas informadas pelo ex-ministro Eduardo Pazuello.

25/05/2021, 20h35 - ATUALIZADO EM 25/05/2021, 20h35
Duração de áudio: 04:59
Leopoldo Silva/Agência Senado

Transcrição
LOC: EM DEPOIMENTO À CPI PANDEMIA, SECRETÁRIA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE REFORÇA DEFESA DO TRATAMENTO PRECOCE E RESPONSABILIZA GOVERNO DO AMAZONAS PELO CAOS EM MANAUS. LOC: OPOSIÇÃO DIZ QUE DEPOIMENTO TENTA EMBASAR CONDUTA DO PRESIDENTE BOLSONARO E ALIADOS DESTACAM VACINAÇÃO E INEFICÁCIA DO ISOLAMENTO SOCIAL. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN TÉC: A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, citou falhas da Organização Mundial da Saúde e de estudos científicos para defender o tratamento precoce. Ao contrário do ex-ministro Eduardo Pazuello, disse que o Ministério da Saúde orientou o uso da cloroquina para evitar a superdosagem e a prescrição para pacientes internados. Mas não explicou a falta de protocolos definidos pelo governo no enfrentamento à pandemia. Mayra Pinheiro responsabilizou o próprio vírus pela gravidade da pandemia e afirmou que para salvar vidas num ambiente de guerra vale a autonomia médica no uso de qualquer medicamento. Segundo ela, hoje já são 77 remédios sem indicação na bula usados no tratamento da covid. (Mayra) Numa situação de guerra, nós lançamos mão de todas as evidências disponíveis para salvar as pessoas desde estejamos diante de medicamentos seguros. E atualmente não nos faltam evidências. No início da doença, tínhamos evidências da ação dos medicamentos considerados para o uso off label in vitro e tínhamos as experiências individuais, a expertise dos especialistas, a opinião dos especialistas. Hoje, temos esta quantidade. REP: Mayra Pinheiro se posicionou contrariamente ao lock down e lamentou a interrupção das aulas presenciais ao citar a baixa contaminação de crianças. Sobre a imunidade de rebanho, não se opôs à tentativa, mas afirmou que só poderia trazer resultado em localidades menores. Assim como o ex-ministro Pazuello, Mayra Pinheiro responsabilizou o governo do Amazonas pelo caos em Manaus, sobretudo, pela falta de oxigênio. Mas disse que Pazuello foi informado no dia 5 janeiro sobre a situação crítica da cidade e não no dia 8 como informado pelo ex-ministro. E detalhou a existência de Unidades Básicas de Saúde fechadas e sem médicos e medicamentos. Ela relatou, no entanto, que as demandas apresentadas pelas autoridades locais foram atendidas pelo Ministério da Saúde. O senador Eduardo Braga, do MDB do Amazonas, questionou a omissão do governo federal no abastecimento de oxigênio. (Braga) Quero entender como todo o Ministério da Saúde, numa gestão tripartite, está presente na cidade de Manaus, vivendo o subsolo do inferno e os melhores técnicos do Ministério da Saúde não identificam que estamos diante do caos na área de abastecimento de oxigênio. Como? REP: Mayra Pinheiro revelou que apesar de ‘roubado”, não houve alteração no aplicativo TrateCov usado por médicos para o diagnóstico sem teste e prescrição do tratamento precoce. O presidente da CPI, senador Omar Aziz, do PSD do Amazonas, questionou por que a plataforma não foi liberada se era defendida de forma veemente pelo Ministério da Saúde. (Omar) Por que não a senhora se o aplicativo salva vidas? A senhora deixou de salvar vidas no meu Estado. Se esse aplicativo salva vida, por que a senhora não devolveu o aplicativo, doutora? (Senador, primeiro porque havia uma insegurança enorme) Doutora, não faça isso, a senhora treinava médicos, a senhora tinha o aplicativo. REP: Na condição de médico, o senador Otto Alencar, do PSD da Bahia, rebateu a prescrição de medicamentos sem eficácia comprovada. E avaliou que a defesa do tratamento precoce faz parte da estratégia de preservação do presidente Bolsonaro. (Otto) Eu acho que ela veio com a cabeça feita para atender àquilo que o presidente da República prescreve, que é a hidroxicloroquina para todos. O que é um absurdo você dar para 215 milhões de brasileiros a possibilidade de tomar o remédio que pode causar parada cardíaca e as pessoas podem ir à óbito como já morreram algumas pessoas. Ela confundiu um antiviral com antiprotozoário. A hidroxicloroquina é antiparasita, um protozoário que dá febre amarela. REP: Mas o senador Marcos Rogério, do Democratas de Rondônia, ressaltou que governadores ainda hoje fazem uso do tratamento precoce. (Marcos) E criminalizam o atendimento precoce, o tratamento precoce, atacam médicos que receitam medicamentos que ainda não tenham na sua bula a indicação para a covid-19 como se tivesse medicamento já com essa indicação. O tratamento off label, que é uma prática comum no Brasil, passou a ser criminalizado em razão justamente dos posicionamentos políticos- ideológicos que vem sendo sustentados no âmbito da CPI. REP: Mayra Pinheiro negou orientações do presidente Jair Bolsonaro na condução da pandemia. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

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